Apresentadora perdeu o bebê na reta final da gravidez, com 33 semanas. Tati Machado com o marido, Bruno Machado
Reprodução/Instagram
A apresentadora Tati Machado falou pela primeira vez sobre perder o bebê na reta final da gravidez. Nesta segunda-feira (02), ela postou um longo texto em seu perfil no Instagram e falou sobre o luto: “A única certeza que tenho é que nunca serei a mesma”.
“Levo no coração uma ferida acesa, daquelas inexplicáveis mesmo. Com ela trago perguntas, muitas por sinal. E de resposta: o silêncio. O mistério da vida. E eu, que sempre estive no controle, me perco, me descontrolo. E agora a única certeza que tenho é que nunca serei a mesma. Tudo dói, tudo! Dói pra respirar e dói pra viver. Eu consonância e tudo de novo. Isso quando durmo”, escreveu.
Tati estava com 33 semanas de gravidez e, segundo a assessoria, a jornalista foi para a maternidade depois perceber a exiguidade dos movimentos de seu bebê. Em seu relato na rede social, ela contou porquê era Rael:
“Rael era a melhor mistura de Tati e Bruno. A mistura do nosso paixão que, durante os últimos oito meses, só fez crescer. Ele nasceu perfeito, grandão que nem o pai, porquê já esperávamos. Só não vou poder saber se o meu maior libido se realizaria. A rostro do pai, mas com a personalidade da mamãe. Me resta seguir sonhando porquê a sonhadora que sempre fui. Mas porquê que sonha diante do pesadelo de perder um fruto?”, disse.
Tati escreveu ainda que pretende ajudar aos pais que passam pela mesma situação. “Quero que silêncio, que nosso luto vire luta. Quero, de verdade, poder ajudar quem passa por isso que agora sabemos o quanto é cruel. Tenho ainda muito pra lhes proferir. Aos poucos vamos juntando nossos caquinhos. Por ele! Pelo nosso real paixão, Rael”.
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Leia o texto na íntegra:
“Levo no coração uma ferida acesa, daquelas inexplicáveis mesmo. Com ela trago perguntas, muitas por sinal. E de resposta: o silêncio. O mistério da vida. E eu, que sempre estive no controle, me perco, me descontrolo. E agora a única certeza que tenho é que nunca serei a mesma. Tudo dói, tudo! Dói pra respirar e dói pra viver. Eu consonância e tudo de novo. Isso quando durmo.
Eu nunca tinha testado uma felicidade tão grande e olha que eu sou daquelas que todo mundo fala: “essa daí é feliz”. Mas acreditem, eu nunca tinha sido tão feliz na vida. Eu tava pronta! Só que ao invés da plenitude fui afrontada com a maior tristeza que também já senti, daquelas que vem do fundo da espírito.
Por ora me restaram os planos, os sonhos, as expectativas somadas numa vida inteira. Quem me acompanha sabe que Rael já existia antes de nascer. É doído demais pensar que nosso primeiro encontro foi também a nossa despedida.
Mas foi o primeiro encontro mais pleno de paixão que eu poderia desejar naquele momento. Eu e Bruno formamos mesmo a melhor dupla do mundo. E eu só fiz confirmar nas horas de trabalho de parto em que a gente, de mãos dadas, entre uma contração e outra, se olhava e dizia que conseguiríamos juntos ressignificar aquilo tudo. E conseguimos.
Rael era a melhor mistura de Tati e Bruno. A mistura do nosso paixão que, durante os últimos oito meses, só fez crescer. Ele nasceu perfeito, grandão que nem o pai, porquê já esperávamos. Só não vou poder saber se o meu maior libido se realizaria. A rostro do pai, mas com a personalidade da mamãe. Me resta seguir sonhando porquê a sonhadora que sempre fui. Mas porquê que sonha diante do pesadelo de perder um fruto?
A gente volta pra vivenda no vazio. O GPS ainda guarda no histórico o endereço da obstetra, do laboratório… A música que toca na playlist é a que sempre nos acompanhava. As roupas no varal são aquelas mais confortáveis, enfim, zero cabia mais. Na leito, o travesseiro de prenha. No banheiro, o creme que fazia secção do ritual pós banho. As vitaminas, as roupinhas pra lavar, o quarto pra arrumar, o cheirinho de bebê que já tinha escravizado tudo… tava tudo lá.
E porquê que vive depois disso? É a sensação de vazio extremo, que também é físico, visceral. Cadê nossos momentos na madrugada, que viravam quase uma rave? Cadê os beijinhos diários do papai na bojo? É um incisão sequioso da vida.
E essa tal da vida… que continua.
E entre lágrimas que agora nem precisam mais pedir licença eu prometo pelo meu fruto que vou honrá-lo em cada dia que eu respirar. Esse paixão surreal nasceu antes do primeiro pranto e vai viver mesmo depois do seu último suspiro. E a maternidade que conquistei nunca sairá do meu coração.
E eu repito isso incansáveis vezes por dia para lembrar que eu sou mãe, pra ressignificar o tempo tão pequeno que estivemos juntos, mas tempo transformador.
Na intenção de seguir vivendo que eu agradeço em meu nome e do mozão. Vimos toda manante de paixão que vocês emanaram pra gente, vimos muitas mensagens, até mesmo das pessoas que me escrevem dizendo ter certeza que eu nunca lerei. Eu li. Eu tô lendo. Vi relatos de pais que estão vivendo o mesmo que nós, vi pessoas de madrugada mandando que não paravam de pensar na gente, nos incluindo, inclusive, em suas orações. Agradeço demais, isso nos fortalece. Isso dá sentido.
Quero q silêncio ue nosso luto vire luta. Quero, de verdade, poder ajudar quem passa por isso em , eu agora sabemos o quanto é cruel. Tenho ainda muito pra lhes proferir. Aos poucos vamos juntando nossos caquinhos. Por ele! Pelo nosso real paixão, Rael. Obrigada,
Tati e Bruno.
Vídeo: Tati Machado perde o bebê na reta final da gravidez
Tati Machado perde o bebê na reta final da gravidez
Fonte G1
