Tecidos Assumem Lugar De Obra De Arte Em Mostras De

Tecidos assumem lugar de obra de arte em mostras de SP – 17/09/2024 – Passeios

Celebridades Cultura

“De onde vêm os tecidos que usamos hoje? Quais mãos bordaram e costuraram?”, pergunta Danilo Lovisi, curador convidado da mostra “Entre a Cabeça e a Terreno: Arte Têxtil Tradicional Africana”, em papeleta até fevereiro do ano que vem na Pinacoteca Luz. O brasílico é também pesquisador avante da Maison Gacha, galeria que deve transfixar em Paris em 2025 com foco em trabalhos manuais africanos.

Na exposição, tecidos vindos da África e a maneira uma vez que são feitos por diferentes grupos ganham protagonismo. Em sete salas, Lovisi e o curador do museu, Renato Menezes, agrupam as peças por semelhanças de técnicas ou concepção. O núcleo O Azul Vegetal, por exemplo, reúne tecidos tingidos de índigo por meio de processos que envolvem vegetação —mas feitos por povos uma vez que os iorubá, da Nigéria, e os baúle, da Costa do Marfim, de maneiras e em contextos diferentes.

O jeito de produzir é um marcador da identidade desses grupos. Os tecidos expostos ainda revelam os processos de experimentação, registro e transmissão de saberes presentes nessas comunidades no século 20. A mostra evidencia que o têxtil é uma atividade potente e, dentro dos grupos incluídos na mostra, faz a sociedade subsistir. “Isso é design do mais puro”, diz Menezes.

Para o curador da Pinacoteca, a produção em volume da indústria afastou o consumidor e tecidos se tornaram uma abstração para compradores. Processos manuais uma vez que os mostrados

na exposição vão na contramão desse movimento.

“A gente está no Bom Retiro, que é um bairro divulgado por ser um polo têxtil, logo isso fez com que o projeto ganhasse ainda mais força”, afirma.

São justamente as técnicas de feitio e a construção dos detalhes que tornam cada peça do ror uma obra de arte única, da mesma forma uma vez que são conhecidas as roupas de subida costura. Isso não quer manifestar que os tecidos expostos não são úteis. “Essa repartição entre belas artes e ofícios quem produziu foram os europeus”, diz Menezes.

Seja cobrindo corpos, paredes e o piso, os tecidos apresentados podem marcar quem é uma pessoa em um grupo, festejar momentos e proteger, do ponto de vista visível e invisível. Conheça outras exposições na capital em que arte têxtil ganha espaço.

Arqueologias Migrantes

Celebra os 20 anos de curso da artista visual e arquiteta Liene Bosquê. Brasileira radicada nos Estados Unidos, ela investiga a relação humana com as cidades a partir do contexto das migrações. Reúne 50 obras de instalações têxteis com fragmentos de cidades uma vez que São Paulo, Miami, Lisboa e Novidade York.

Janaina Torres Galeria – r. Vitorino Carmilo, 427, Barra Fundíbulo, região medial. Ter. a sex., das 10h às 18h. Sáb., das 10h às 16h. Até 28/9. Gratuito


O Prelúdios de Tudo

Naine Terena, do povo terena, com territórios em São Paulo e Mato Grosso, deixa o papel de curadora e mostra a faceta de artista. O destaque de arte têxtil da mostra é a série “Máscaras” (2024), que explora o despercebido com o uso de processos de tecelagem comuns às populações terena, uma vez que o trançado —cá feito com fios soltos.

Galeria Carmo Johnson Projects – r. Anunze, 249, Superior de Pinheiros, região oeste. Ter. a sex., das 11h às 17h. Sáb., sob agendamento. Até 5/10. Gratuito


Efeito Japão: a Tendência em 15 atos

A partir de 15 trajes de importantes estilistas nipônicos e uma risca do tempo, a exposição evidencia as mudanças na voga japonesa frente aos contextos histórico que o país viveu. É verosímil ver, por exemplo, a transição dos quimonos para roupas ocidentais depois a Segunda Guerra Mundial.

Japan House – av. Paulista, 52, Bela Vista, região medial. Ter. a sex., das 10h às 18h. Sáb. e dom., das 10h às 19h. Até 6/10. Gratuito


Entre a Cabeça e a Terreno: Arte Têxtil Tradicional Africana

Reúne 129 peças têxteis, entre máscaras, túnicas, tecidos bordados e tingidos, que expressam saberes e tradições artísticas de grupos culturais de países da África. A mostra secção da pesquisa sobre tecnologia de tecelagem no continente para apresentar tecidos nunca apresentados no Brasil e quebrar a teoria preponderante de que o têxtil africano está associado somente às estampas coloridas feitas em grande graduação. Ocupa sete salas do museu, que passam por temas uma vez que a geometria bicho e o uso de miçangas.

Pinacoteca Luz – pç. da Luz, 2, Luz, região medial. Qua.,sex., dom. e seg., das 10h às 18h. Qui. das 10h às 20h. Sáb., das 11h às 17h. Até 2/2. A partir de R$ 30 em Inti. Gratuito às qui. e sáb.


Leonilson: Agora e as Oportunidades

Tem obras dos últimos cinco anos de vida do artista cearense, com uma sala dedicada a cada ano de produção —os conhecidos bordados estão nas salas de 1989 e 1991. A presença de trabalhos em tecido se deve ao interesse de Leonilson (1957-1993) pelo universo da costura e também à convívio familiar. Entre os temas das peças têxteis estão o paixão, a sexualidade, o desarrimo, a perda e a Aids, doença que lhe tirou a vida.

MASP – av. Paulista, 1.578, Bela Vista, região medial. Ter., das 10h às 20h. Qua. a dom., das 10h às 18h. Até 17/11. A partir de R$ 70 em bilheteria MASP. Gratuito às ter. e 1ª qui. do mês.


Tesouros Ancestrais do Peru

Muro de 180 obras do Predomínio Inca encontradas em expedições arqueológicas e reconhecidas uma vez que patrimônio pelo Ministério da Cultura do Peru preenchem os cinco andares do CCBB. A mostra divide as peças em cinco blocos temáticos, um deles devotado às cerâmicas e obras têxteis feitas a partir da domesticação de lhamas e alpacas.

CCBB – r. Álvares Penteado, 112, meio histórico, região medial. Qua. a seg., das 9h às 20h. Até 18/11. Gratuito.

Folha

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