Depois de ocupar no Japão uma das medalhas mais inesperadas da participação brasileira em Olimpíadas, a tenista Luisa Stefani chega a Paris certa de uma coisa. “A única certeza que eu tenho é de que vai ser dissemelhante de Tóquio em todos os sentidos”, ela afirma à Folha.
A segunda participação olímpica da paulista de 26 anos contará com presença de público, diferentemente do que aconteceu no Japão, e terá porquê palco o saibro de Roland Garros. Mas essas não são as únicas diferenças em relação a 2021.
Stefani chega com credenciais que não tinha há três anos. Além de medalhista olímpica, a tenista possui um título de Grand Slam, em duplas mistas, ao lado de Rafael Matos no Australian Open de 2023. Também se tornou um nome consolidado no rodeio, atualmente na 18ª posição do ranking de duplas da WTA.
O bronze no Japão veio em parceria com Laura Pigossi. Em Paris, a duplista jogará ao lado de Beatriz Haddad Maia, que também ascendeu nos últimos anos. Esse salto de qualidade faz com que a formação Stefani-Haddad entre nos Jogos carregando expectativas mais altas do que a dupla Stefani-Pigossi despertava antes da campanha em Tóquio.
“Se tem expectativa e pressão é porque a gente pode conseguir medalha, pode trazer esse ouro. O importante é não esconder que vai ser mais tenso. Eu não tenho a menor expectativa de que vai ser parecido ou igual a Tóquio”, diz Stefani.
Os contornos surpreendentes da trajetória no Japão começaram dois meses antes, quando uma apendicite impediu que Stefani participasse de Roland Garros e tivesse uma última chance de prometer a participação dela e de Pigossi nas Olimpíadas. A confirmação da vaga das brasileiras só veio no limite das inscrições, graças a uma série de desistências.
Elas chegaram de última hora e foram até o termo da competição, conquistando a medalha de bronze depois de uma viradela heroica diante das russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova. Foram quatro match points salvos pelas brasileiras e seis pontos seguidos para triunfar por 11 a 9 no tie-break de desempate.
“Toda vez que eu toco no objecto Olimpíadas arrepia”, diz Stefani. “Eu ia lá para sugar a experiência por completo independentemente do resultado, e acabamos trazendo a primeira medalha do tênis brasílio para mansão.”
O feito inédito num país que tem entre os seus maiores quadros Maria Esther Bueno (na idade dela o esporte não estava no programa olímpico) e Gustavo Kuerten levou a jovem a um novo patamar.
“Realmente mudou a minha vida”, ela define. Além de lucrar seguidores famosos na idade, porquê Pelé e Ronaldo Fenômeno, a tenista se viu assumindo um lugar de referência. “O mais tocante foi ver criancinhas usando o meu uniforme ou mandando pulseirinhas para mim. São detalhes básicos, que eu acho muito fofos. Inspirar principalmente as crianças que já foram porquê eu é o que mais impacta.”
O ano de 2021 chegou ao vértice com a medalha, mas em setembro Stefani sofreu um dos golpes mais duros da curso. Na semifinal de duplas do US Open, a desportista desabou em quadra em seguida uma ruptura de ligamento do joelho recta e precisou deixar a quadra em cadeira de rodas. Só voltou a jogar um ano depois.
“Quando eu penso na história, realmente é um baque grande. Mas o momento tão bom em que eu estava me ajudou muito a continuar positiva. O repto maior foi ao longo da recuperação e na volta ao rodeio, porquê mourejar com toda essa mudança, tanto física quanto psicológica, pós-lesão”, afirma.
Nesse processo, Stefani destaca o trabalho com a psicóloga Carla Di Pierro e exercícios de respiração que a ajudaram a mourejar com a impaciência, além de leituras para entender mais a relação do desportista com a dor. “Acho que é concordar um pouco mais que nem sempre você vai estar se sentindo ótima. Na verdade, poucas vezes vai estar se sentindo perfeitamente.”
A tenista voltou às quadras em grande estilo. Além do título na Austrália no primícias de 2023, também retornou ao top 10 no ano pretérito. Depois teve uma queda de rendimento e neste ano os resultados ao lado da parceira holandesa Demi Schuurs estão inconstantes. Em Wimbledon, neste mês, elas caíram na estreia.
A parceira olímpica Bia Haddad também não chega a Paris no seu melhor momento. Na 22ª segunda posição do ranking de simples, ela luta para restabelecer a crédito em seguida atingir o top 10 no ano pretérito.
Agora, para ambas, é hora de deixar o rodeio de lado com a expectativa de grafar um novo capítulo olímpico memorável para o tênis brasílio.
“Eu quero chegar com a mesma ‘vibe’ que cheguei a Tóquio, sugar o sumo verosímil da experiência. Na hora a gente vai deixar tudo em quadra, e o resultado vai ser consequência do que foi criado naquela semana”, diz Stefani.
Tênis brasílio em Paris
O Brasil tem cinco tenistas classificados para os Jogos de Paris. Nas chaves femininas, Bia Haddad e Laura Pigossi disputam simples, e Bia e Luisa Stefani jogam nas duplas. Nas chaves masculinas, o país conta com Thiago Wild e Thiago Monteiro tanto nas simples quanto nas duplas.