Pesquisa no Reino Unificado aponta que um bicho de estimação pode ser tão bom para a sua felicidade quanto se matrimoniar ou lucrar uma bolada extra. Donos de cães demonstraram aumento de até 2,9 pontos em uma graduação de 1 a 7 de satisfação com a vida.
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Um estudo publicado na revista científica “Social Indicators Research” aponta que ter um bicho de estimação pode ter um impacto direto e significativo na satisfação com a vida — a ponto de esse efeito ser comparável a receber tapume de R$ 530 milénio (£70 milénio) por ano em “bem-estar emocional”.
Para chegar ao valor, os doutores em economia Michael Gmeiner (London School of Economics) e Adelina Gschwandtner (University of Kent) utilizaram um protótipo matemático já sabido que permite estipular um valor para fatos sociais (entenda mais aquém e veja outros exemplos).
Os pesquisadores apontam que o impacto de conviver com um pet é tão potente quanto o de ver amigos e familiares frequentemente — e mais relevante que promoções no trabalho ou aumento de renda.
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Estudo que vai além das associações
Além da tentativa de estabelecer um valor, a novidade do estudo publicado em março está em isolar a causalidade, e não exclusivamente observar correlações. Ou seja: os pesquisadores não quiseram saber se pessoas felizes têm pets, mas se ter um pet realmente torna alguém mais feliz.
Para isso, a principal estratégia do estudo foi selecionar pessoas que cuidam da mansão de vizinhos enquanto eles viajam — o que inclui, com frequência, cuidar de seus pets. Isso foi usado porquê um “gatilho extrínseco” para estimar se essa exposição a animais de estimação levava as pessoas a adotarem seus próprios animais.
Os cientistas usaram dados do “Innovation Panel”, secção de uma pesquisa longitudinal feita no Reino Unificado com mais de 2,6 milénio participantes. A pesquisa incluiu questões sobre personalidade (porquê extroversão, neuroticismo, consciência), relações familiares, saúde mental e física, situação financeira e, evidente, presença de animais de estimação.
Donos de gatos tiveram aumento estimado em 3,7 pontos em uma graduação de 1 a 7 de satisfação com a vida.
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O que os resultados mostram?
Sem correções estatísticas, os donos de pets pareciam até levemente menos satisfeitos com a vida — o que reforça o risco de interpretações erradas baseadas exclusivamente em interdependência.
Com a correção, o cenário muda:
Donos de cães demonstraram aumento de até 2,9 pontos em uma graduação de 1 a 7 de satisfação com a vida.
Donos de gatos também tiveram aumento, estimado em 3,7 pontos, embora com maior margem de erro.
Em termos financeiros, o “valor subjetivo” de ter um cão ou um gato é o equivalente a receber até £70 milénio por ano, o que equivale a mais de R$ 500 milénio na cotação atual.
⚠️ Importante
O valor monetário não representa um oferecido real, mas uma estimativa do quanto as pessoas valorizam emocionalmente a presença de um bicho de estimação.
Os resultados valem mormente para pessoas que já se mostram inclinadas a gostar de pets — porquê aquelas que cuidam dos bichos de vizinhos.
🧮 Uma vez que os pesquisadores estimaram o “valor” de um pet?
Para prezar quanto vale, em termos emocionais, ter um bicho de estimação, os pesquisadores usaram uma técnica conhecida porquê “abordagem da satisfação com a vida” (life satisfaction approach), bastante geral na economia do bem-estar.
Essa abordagem secção de uma lógica simples: se sabemos o quanto diferentes fatores impactam a satisfação com a vida (medida por pesquisas com perguntas porquê “quão satisfeito você está com sua vida?” em uma graduação de 1 a 7), e sabemos também o quanto a renda afeta essa mesma satisfação, é verosímil prezar quanto verba seria necessário para gerar o mesmo impacto emocional que um determinado evento — porquê ter um pet, casar-se ou suportar com estrondo de aviões.
O estudo cita exemplos clássicos já publicados por outros economistas:
Matrimoniar-se, por exemplo, tem um efeito positivo que equivale a um aumento de tapume de £70 milénio por ano (tapume de R$ 500 milénio) no bem-estar subjetivo (Clark & Oswald, 2002).
Separar-se gera uma perda emocional estimada em –£170 milénio por ano (tapume de R$ 1,3 milhão).
O método também já foi usado para prezar os prejuízos emocionais de problemas porquê ruídos de aviões (Van Praag & Baarsma, 2005) ou o susto de crimes (Moore & Shepherd, 2006).
No caso deste estudo, os autores aplicaram a técnica para calcular o “valor implícito” de ter um cachorro ou gato, cruzando dados sobre renda, satisfação com a vida e presença de pets.
Pets porquê substitutos afetivos?
Um ponto curioso: o impacto positivo dos pets foi maior entre pessoas não casadas. O estudo sugere que animais podem funcionar porquê uma espécie de substituto afetivo em algumas situações — o que não significa que pets sejam exclusivamente uma “muleta emocional”, mas sim que oferecem vínculos significativos.
Cães x gatos: personalidades diferentes
A pesquisa também confirmou achados de estudos anteriores:
Donos de cães tendem a ser mais extrovertidos e sociáveis.
Donos de gatos são, em média, mais abertos e conscienciosos — mas também mais neuróticos.
“Esses perfis podem influenciar tanto a escolha do bicho quanto o modo porquê cada pessoa se relaciona com ele”, explicam os autores.
Qual o impacto do estudo?
Segundo os autores, os achados podem embasar políticas públicas de saúde mental, por exemplo incentivando adoções responsáveis porquê instrumento complementar de bem-estar. “Se pets têm um valor tão cocuruto para o bem-estar quanto relações sociais humanas, eles devem ser considerados nas estratégias de promoção da saúde mental”, concluem.
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Fonte G1
