A população indígena brasileira, principalmente a que mora em território delimitado, apresenta os piores índices de alfabetização, vive em habitações com mais precariedades que o totalidade da população do país e tem menor aproximação a registro de promanação em cartório. A constatação faz secção de um suplemento do Recenseamento 2022, divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento apurou informações de alfabetização, registro de promanação e características de domicílios de 1.694.836 pessoas indígenas (0,83% da população brasileira), sendo 622.844 vivendo em terras indígenas (TIs) e 1.071.992 fora de território demarcado.
O critério usado pelo IBGE para uma pessoa ser considerada indígena foi a autodeclaração, ou seja, a forma uma vez que a pessoa se reconhece.
“A gente tem duas perguntas para tomar o pertencimento indígena. A primeira: ‘sua cor ou raça é branca, preta, amarela, parda ou indígena?’. E aí, caso a pessoa esteja em uma localidade indígena e tenha respondido que a cor ou a raça dela é branca, preta, amarela ou parda, a gente faz uma pergunta de cobertura, que é ‘você se considera indígena?'”, explica a coordenadora do Recenseamento de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes.
Analfabetismo
Enquanto a população brasileira uma vez que um todo tem taxa de analfabetismo de 7%, entre os indígenas é mais que o duplo, 15,05%.
A taxa representa o percentual de pessoas com 15 anos ou mais de idade que não sabem ler e redigir pelo menos um bilhete simples.
Nas terras indígenas, o índice sobe para 20,80%. Isso representa um em cada cinco indígenas moradores dessas localidades.
No recenseamento anterior, de 2010, a taxa era maior em todos os grupos: 9,62% para o totalidade da população, 23,40% para os indígenas e 32,30% para os que viviam em TI.
Os dados de 2022 revelam que – em todos os grupos – quanto maior a filete etária, maior a proporção de analfabetismo.
Na população indígena, enquanto a filete etária de 15 a 17 anos tem índice de 5,55%, entre os com mais de 65 anos alcança 42,88%. Dentro das TIs, os percentuais são 9,13% e 67,90%, respectivamente.
Outro destaque indicado pelo Recenseamento 2022 é que os indígenas que vivem nas regiões Setentrião (15,27%) e Nordeste (18%) apresentam taxa de analfabetismo superior à média de todos os indígenas do país (15,05%).
O mesmo comportamento regional se observa em relação aos indígenas que vivem em TI. A taxa vernáculo é 20,80%, contra 23,01% no Setentrião e 23,74% no Nordeste.
Habitação
Em todo o país, o Recenseamento 2022 contabilizou 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes ocupados. Desses, 630.428 têm pelo menos um morador indígena, o que corresponde a 0,87% do totalidade.
De todos os moradores desses mais de 630 milénio endereços, 73,44% são indígenas, ou seja, há coabitação com pessoas de outras cores e raças.
O IBGE identificou que dos domicílios com ao menos um indígena, 91,93% são casas, patamar superior à média da população brasileira (84,78%). Em apartamentos são 3,51%, enquanto na população universal a proporção é 12,51%.
Nas terras indígenas, 8,15% dos domicílios foram classificados uma vez que “habitação indígena sem paredes ou maloca”. As malocas, também conhecidas uma vez que palhoça, choupana, entre outras denominações, podem ser feitas de taquaras e troncos, cobertas de palmas secas ou palha e outros materiais e podem ser utilizadas uma vez que habitação por várias famílias.
Para calcular as características dos domicílios indígenas, o IBGE apurou detalhes sobre provisão de chuva; existência de banheiro; esgotamento e tramontana do lixo. Os recenseadores buscaram informações se a chuva chega aos endereços por rede de provisão ou poço, por exemplo; se havia coleta regular de lixo ou se era queimado ou enterrado; e se o esgoto era coletado pela rede universal, fossa ou esvaziado precariamente.
A estudo não foi feita em relação às habitações indígenas sem paredes ou malocas. “A gente não espera encontrar banheiros de uso restrito e alguns tipos de soluções de saneamento obrigatório. Esses domicílios demandam soluções muito diferenciadas”, justifica Marta Antunes.
Precariedades
Em relação ao provisão de chuva, 93,97% da população brasileira tinham distribuição até dentro do morada, seja por rede universal, poço, manancial, nascente ou mina encanada. Entre os indígenas, o percentual cai para 63,21%. Nas terras indígenas, a redução é ainda maior, ficando somente 30,76% dos moradores com provisão dentro de moradia.
A pesquisa censitária revela que somente 0,5% dos domicílios do país não tinha sanitário. Entre os domicílios indígenas, eram 5,06%. Especificamente em terreno indígena, 18,46%.
Nas terras indígenas, 85,42% dos moradores tinham esgotamento por fossa rudimentar, buraco, vala, rio, riacho, mar ou outra forma inadequada. Entre o totalidade de indígenas, a marca era 60,17%, enquanto na população universal se reduzia a 23,82%.
Murado de 90% dos brasileiros contavam com coleta direta ou indireta de lixo. Entre os indígenas essa proporção recuava para 55,27%. Nas terras indígenas o número era ainda menor, 13,78%.
Em 342 milénio domicílios particulares permanentes onde vivem 69,12% dos indígenas (1,1 milhão), havia ao menos uma precariedade ligada a provisão de chuva, destinação de esgoto ou destinação do lixo.
No conjunto totalidade da população, a proporção era 27,26% convivendo com alguma das três inadequações. Dentro das terras indígenas, a proporção chegava a 95,59%.
Ao contabilizar moradores que conjugam as três formas de inadequações, o IBGE encontra 107.463 domicílios, onde residem 470 milénio pessoas indígenas (28,82% dos indígenas do país). Nas terras indígenas, o percentual sobe para 62,23% dos moradores. No totalidade da população brasileira, são 2,97%.
“Com essa publicação, é provável orientar melhor os gestores, principalmente sabendo que a gente tem nas terras indígenas toda uma política privativo de saúde indígena, que inclui aproximação ao saneamento obrigatório de forma culturalmente adequada e diferenciada”, diz a pesquisadora Marta Antunes.
Registro de promanação
O IBGE coletou também informações sobre o registro de promanação, procedimento burocrático que oficializa a pessoa uma vez que cidadã. O instituto perguntou aos indígenas se os moradores com até 5 anos foram registrados em cartório ou pelo Registro Administrativo de Promanação Indígena (Rani), emitido pela Instalação Vernáculo dos Povos Indígenas (Funai).
Entre os indígenas, 89,12% têm registro em cartório, 4,97% têm Rani, 5,42% não são registrados e 0,49% não souberam responder ou ignoram.
Nas terras indígenas, o percentual de moradores com registro em cartório recua para 85,53%, enquanto 5,51% têm Rani, 8,34% não foram registrados e 0,63% não sabem ou ignoram.
Na população brasileira uma vez que um todo, há praticamente uma universalização, com 99,26% registrados em cartório.