'the last of us' retorna ambiciosa em segunda temporada

‘The Last of Us’ retorna ambiciosa em segunda temporada – 10/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

É um dia típico de verão na costa oeste canadense. O sol de julho brilha para esquentar os ventos frescos que sopram do setentrião e banham a arborizada Vancouver, maior cidade da região. Não parece ser o cenário ideal para uma série pós-apocalíptica de horror. Mas se há alguma coisa que aprendemos com a primeira temporada de “The Last of Us”, um dos maiores sucessos da história da HBO, é que o pavor e a violência surgem quando menos se espera.

Neste caso, eles aparecem em uma antiga fábrica de leite. À sombra de um viaduto que duela com a risca do metrô de superfície, o sítio já começa a mostrar que abriga um pouco sinistro quando caminhões se enfileiram ao seu volta com placas do estado americano de Washington e seguranças pedem credenciais para qualquer um que ouse se aproximar da murado do estacionamento.

“Zelo para não pisar no sangue”, avisa um assistente de produção, quando entramos nos corredores frios e escuros cobertos por placas de metal. Ele não está brincando. A reportagem da Folha, único jornal brasílio que visitou as filmagens da segunda temporada de “The Last of Us”, vê torsos arrancados violentamente, com os intestinos expostos, além de braços amputados por alguma força misteriosa, que criam rastros vermelhos —tudo fruto do trabalho de maquiagem e efeitos visuais da série, que estreia no domingo (13).

Estamos no 150º dia de filmagens da adaptação do game capitaneada pelos showrunners Craig Mazin e Neil Druckmann, levante, fundador do jogo que deu origem à série. A trama acompanha Joel, papel de Pedro Pascal, que atravessa os Estados Unidos acompanhando a jovem Ellie, interpretada por Bella Ramsey, para que possam investigar a isenção da pequena ao fungo que destruiu secção da humanidade e gerou criaturas grotescas e mortais que atacam os sobreviventes.

Depois vencer dezenas de prêmios e registrar uma média de 32 milhões de espectadores por incidente só nos Estados Unidos, um recorde de audiência para a HBO, a equipe de “The Last of Us” sabe que os desafios agora são maiores, principalmente posteriormente um pausa de dois anos.

“Se a primeira temporada não tivesse sido tão bem-sucedida, existiriam várias razões para não possuir a segunda”, diz Mazin, em uma pausa nas gravações. “Não ficamos satisfeitos em nos acomodar. O segundo ano é mais difícil, porque estamos tentando fazer tudo melhor. Nossa sede é gigante, e estamos fazendo coisas que nem todo mundo fez antes na TV.”

O primeiro incidente do novo ano é centrado na comunidade de Jackson, no estado de Wyoming, uma pequena cidade transformada em fortaleza contra as criaturas infectadas. Cinco anos depois de Joel resgatar Ellie das mãos dos cientistas que a matariam na operação para deslindar a trato para o fungo, ele quer entender os motivos da pequena, agora com 19 anos, ter se longe dele. Ela, por outro lado, parece mais interessada em malparar a vida em patrulhas externas para deslindar novos focos de inimigos e formar uma relação com Dina, interpretada por Isabela Merced, atriz de “Alien: Romulus”.

Não é preciso ter jogado “The Last of Us – Part II”, lançado em 2020, para saber que o drama de “pai e filha” vai ser o menor dos problemas para todos os personagens nesta temporada de sete episódios —a terceira adaptará a segunda metade do game. Ainda mais com a chegada de Abby, papel de Kaitlyn Responsabilidade, uma soldada obcecada em buscar os assassinos de seu pai e, possivelmente, a personagem mais controversa da série, caso ela siga a trama original com fidelidade.

“Não vou entrar nos spoilers da história, mas diria que não estamos preocupados com a reação do público, porque, se tentarmos imaginar o que a outra pessoa vai pensar ou sentir, perdemos o próprio instinto porquê criadores, escritores e artistas”, diz Neil Druckmann. “O que podemos revelar é que alguns fãs do game não ficarão felizes com a constituição física da atriz, que não seria tão musculosa quanto a da personagem do jogo.”

“Kaitlyn está absolutamente incrível”, defende Mazin. “Não tomo muitas decisões sem me questionar depois e tenho muitas dúvidas sobre mim mesmo, mas não sobre o elenco. Não nos prendemos pela teoria de que a pessoa deve parecer a personagem do jogo. Ela precisa ter o espírito notório e conseguirá entregar a atuação mais formosa e emocionante.”

Nas redes sociais, os fãs mais raivosos voltaram sua fúria para Bella Ramsey pela mesma suposição de que ela não teria a força física para manter todos os desafios e lutas de Ellie. Para mostrar que isso não é verdade, uma das primeiras cenas da atriz de 21 anos no incidente de estreia da segunda temporada é uma luta brutal contra um varão com pelo menos três vezes o seu tamanho.

“Confio muito nos criadores da série e tento olhar para o lado positivo, porque existem muitas pessoas gentis comigo na internet. Mantenho minha atenção nelas”, diz Ramsey, que passou por dois meses de treinamentos físicos que incluíram aulas de jiu-jitsu brasílio, que usa a força do competidor contra ele mesmo. “É mais sobre a sensação de estar potente do que ter os músculos perfeitos. Depois disso, me senti capaz de derrubar qualquer um.”

Quando a atriz fala “qualquer um”, ela se refere também à mais novidade categoria de indivíduo apresentada por “The Last of Us” —os Perseguidores, infectados que estão em um segundo estágio de evolução dos fungos. Isso significa que esses “zumbis”, ao contrário dos conhecidos Estaladores da primeira temporada, ainda possuem lucidez e visão, além de uma figura menos grotesca, com os ramos do Cordyceps, um fungo, formando uma espécie de cornos nas suas cabeças.

“É uma evolução dissemelhante desta infecção”, afirma Druckmann. “Ela ainda preserva certas partes do cérebro, portanto as criaturas são mais espertas, planejam, se escondem e fazem certas coisas que não vimos antes nesta série.” É o que acontece na cena que toma forma na antiga fábrica de leite. A Dina de Merced está encurralada em uma jaula e cercada pelos Perseguidores, que tentam arrancar os painéis que levam às grades e sobem em caixas em procura de melhores ângulos.

A maquiagem de Paul Spatny, que venceu um prêmio Emmy pela primeira temporada, é ainda mais aterrorizante ao vivo, em meio a corpos de látex e poças de sangue sintético. “Nos esforçamos ao sumo para usar efeitos práticos”, diz o fundador da série. “Construímos cenários enormes e a câmara pode focar 11 dublês maquiados muito de perto. Não queremos que as pessoas percebam onde a veras termina e os efeitos começam. Não sou James Cameron, diretor de ‘Titanic’, mas nossa sede e grandiosidade são extraordinárias.”

A saudação do tramontana dos personagens, por mais importantes que sejam, Neil Druckmann sabe que a força de “The Last of Us” reside no inesperado, mesmo para quem já conhece a trama dos jogos. “Só posso expor que nenhuma possibilidade deve ser descartada”, diz o fundador do game. “E às vezes personagens que amamos se machucam.”

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *