'until dawn' mistura tipos de terror em versão no cinema

‘Until Dawn’ mistura tipos de terror em versão no cinema – 27/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

O sangue escorre da cabeça aos pés e tudo começa a rodopiar. Os segundos passam e o termo parece inevitável. Pelo menos é o que indica a foice do facínora mascarado que faz de tudo para atormentar um grupo de jovens. Eles dão os últimos suspiros, e as almas parecem deixar seus corpos. Mas a morte não se torna veras. Os minutos retrocedem, e a turma recebe outra chance de sobreviver.

Embora resista há uma dezena –quando o jogo homônimo chegou aos consoles da Playstation–, a noite de terror está fadada a perfazer com a chegada do amanhecer. Isso se houver quem sobreviva às criaturas, espíritos e parasitas de “Until Dawn”, que chegou aos cinemas neste termo de semana.

Atormentada pelo desaparecimento da mana mais novidade, Clover —papel de Ella Rubin— reúne amigos próximos para procurá-la pelas profundezas de uma misteriosa cidade do interno americano. Entre antigas paixões e laços de puerícia, eles encaram um subgênero dissemelhante a cada ciclo.

Da transformação do varão em besta de presas afiadas à possessão de uma mente sensitiva, o longa investe em uma pluralidade de formas de assassínio. Deixar alguém para trás está longe de ser opção, e as horas recomeçam quando todos morrem. Mas se engana quem pensa que as vidas são ilimitadas.

Seja pelos sintomas agressivos de um “body horror”, seja pela série de vídeos caseiros que remetem ao “found footage”, a miscelânea traduz para as telonas o game, em que as decisões dos jogadores definem quem sairá vivo, e esgota pouco a pouco a pujança de seus personagens.

“O terror sempre foi meu gênero predilecto e sempre sonhei em fazer um grande filme com monstros, maquiagens e efeitos mirabolantes. Tivemos a oportunidade de fazer um pouco de tudo”, diz o diretor David F. Sandberg.

O cineasta divide os bastidores do projeto com sua mulher, a produtora Lotta Losten, e já dirigiu com ela vários curtas-metragens, a maioria ambientados em um único envolvente, com gravações em corredores apertados, pouquíssimos atores e muita imaginação, firmando um estilo que prioriza a construção de bons sustos e a diversão do testemunha.

A mais conhecida dessas realizações, “Quando as Luzes se Apagam”, se transformou em longa-metragem em 2016. “Os filmes de terror podem assumir várias formas. Podem ser contemplativos e mexer com a cabeça do público, mas costumo priorizar um tanto mais feliz. Paladar de celebrá-lo e me divertir”, afirma Sandberg.

Ele vê que o gênero ainda é menosprezado, mas diz não se incomodar. Se a pandemia de Covid-19 permitiu que o par expandisse sua coleção de pequenos contos e o isolamento virou matéria-prima para novos curtas, o período também alimentou o libido de retornar às salas de cinema.

“Sinto que estamos no momento patente para se investir em grandes espetáculos ou gêneros porquê o horror. Embora o streaming centralize produções porquê as comédias, os espectadores ainda esperam por boas experiências coletivas nas poltronas do cinema. As adaptações de games parecem suprir essa expectativa”, afirma Losten.

Entre exemplos recentes, a dupla cita o sucesso de “Minecraft”, que até se mantém porquê a maior bilheteria de 2025 até agora, e fenômenos porquê os da animação de Mario Bros. e da trilogia baseada em Sonic.

Em uma colmado abandonada ou em um velho hospital psiquiátrico, o projeto sobrepõe elementos familiares a qualquer fã de histórias assustadoras. A interação entre os jogadores e as vítimas cede espaço às manipulações de Sandberg, que a cada ressurreição aprofunda os pobres coitados e revela novas estratégias de sobrevivência.

Em seu mundo eletrônico e agora neste em frente às câmeras, “Until Dawn” ainda apresenta um investigador maluco que observa os jovens e estuda suas reações ao terror. Junto aos clichês enraizados na história do terror, sua presença tensiona a relação com quem assiste. Há pouco que separe o opositor do público que se alimenta desta gincana de mortes sanguinolentas.

“Se eu puder escolher um próximo jogo, acho que iria para o universo de ‘Resident Evil’, mas estou simples a tudo”, diz o diretor. “Acredito que os games de horror costumam ser mais assustadores do que os filmes. Talvez estar no controle aumente nossa responsabilidade sobre os personagens.”

Folha

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