Vanessa da mata aposta no pop e no reggae em

Vanessa da Mata aposta no pop e no reggae em novo disco – 31/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Vanessa da Mata lança seu novo álbum, “Todas Elas”, e se mostra cada vez mais no comando do que está fazendo. É um disco de 11 faixas autorais, porquê é seu trabalho desde a estreia, e pela terceira vez ela produz sozinha.

“Eu sondei alguns produtores antes. Eles não tinham tempo, poderiam fazer mais para a frente, e a minha cabeça já estava há muito tempo com músicas novas. Quer saber? Mandei mensagens para os meninos, para os músicos, e começamos na semana seguinte.”

Vanessa disse que estava exausta depois da temporada levando aos palcos o músico sobre Clara Nunes. Admite que esse trabalho exigiu dela uma performance mais desafiadora, trabalhando muito com um preparador vocal. “Depois do músico fiquei cansada de uma maneira porquê há muito tempo eu não me sentia. Mas novas músicas estavam insistentes na minha cabeça. Elas tinham que transpor, eu não tive escolha.” E o repertório veio com uma identidade clara —é um disco sobre a exigência feminina hoje.

“Maria Sem Vergonha”, que abre o álbum, é uma mensagem direta contra as pessoas que acreditam ter o poder de prescrever o que as mulheres devem ou não fazer. “A gente tem que falar disso o tempo todo, porque cá parece que a gente dá dois passos para frente e três para trás.” Há um inconformismo nas letras, tanto em baladas porquê nas feitas para dançar.

“Me Adora, Mas” tem um apelo mercantil simples, é um exemplo daquilo chamado antigamente de “hit radiofônico”, no tempo em que as gravadoras trabalhavam uma música do disco para ser seu carruagem dirigente, tocando nas rádios.

Vanessa vê um lado interessante sobre hoje as canções serem lançadas digitalmente e começarem a entrar nas playlists de cada um. “O público escolhe as músicas que são mais ouvidas, antes você tinha uma pessoa que escolhia. E eu me surpreendo com a vontade do público. No disco ‘Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina’, de 2019, eu não apostava na música que dá título ao álbum, mas ela pegou muito.”

Ela concorda que “Me Adora, Mas” agrada rapidamente. “Fala de um paixão, de um rostro narcisista que faz um caminho ali para segurar a pessoa, mas vai embora. Eu também poderia apostar em ‘Esperança’, que sempre achei muito possante. Fala do paixão pela vida, pelo viver, mesmo com todos os nãos que a vida oferece. É sobre frustrações, mas mesmo diante delas você continua segurando um pertencimento na vida.”

“Demorou”, um reggae musicalmente intrincado, que desemboca num final poderoso, é um dueto surpreendente com João Gomes, ídolo de quem gosta de forró e piseiro. O inusitado é o contraste com a voz do jovem cantor, muito grave. “O João tem essa tradição na voz, a coisa nordestina. Ele cantando é um senhor, é avoengo. É um menino com voz de um barítono de 80 anos.”

Outra parceria vocal no disco, soando de modo mais harmonioso, é com outro nome da novidade geração, Jota.pê. “Desde antes de ele fazer disco eu já dava conselhos. Falava sobre as gravadoras, sobre as armadilhas. Eu palato muito da música dele, do violão dele. Quando ele foi fazer disco me perguntou várias coisas, quando foi assinar contrato com gravadora, também.”

Vanessa diz que essa escolha de parceiros passa muito mais por esse lugar de afeto do que pelos desdobramentos comerciais. “Não foi escolher um parceiro porque está bombando no streaming, O João tem essa voz impressionante, e o Jota.pê está num lugar na MPB que tem Lenine, ele lembra uma coisa ‘Djavanesca’, se eu posso proferir assim. E ele tem personalidade na maneira porquê toca o violão, que é sofisticada.”

O trio de parcerias no álbum se completa com o pianista e produtor americano Robert Glasper, vencedor do Grammy. Há muitos anos, Vanessa estava num moca de Novidade York e ouviu uma música dele da qual gostou bastante. Começou a seguir seu trabalho e o conheceu pessoalmente um tempo depois, no camarim de um show do americano no Rio.

“Mandei músicas para ele, que gostou do que ouviu. Aí me enviou algumas melodias, com arranjos de piano e pouca produção eletrônica por trás. Gostei de uma delas e a gente acabou fazendo essa música”, diz a cantora, falando da tira com o título explícito “Um Passeio com Robert Glasper pelo Brasil”, repleta de referências à MPB.

Ela acha vital essa aproximação. “A cultura brasileira é exportável. Eu tenho muitos estrangeiros vendo meu som nas redes, vários grandiosos, até Mick Jagger!”

Folha

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