Para discutir questões ambientais e sociais, a TV Brasil, o Ducto Instrução e o Ducto Gov têm programação privativo neste mês. Na mostra Registro em Papeleta – Memórias da Terreno em Filmes de Registro, as emissoras exibem quatro produções inéditas sobre o tema na semana em que se comemora o Dia do Meio Envolvente.
Além da janela com esses conteúdos na telinha, o App TV Brasil Play disponibiliza 14 obras nacionais de curta, média e longa-metragem. Selecionadas para a tira de assuntos porquê preservação e sustentabilidade, as obras ficam disponíveis gratuitamente até o dia 30 de junho. A curadoria inclui documentários atuais e históricos, além de trama de dramaturgia.
A proposta é aproveitar o cinema de ror porquê instrumento para abordar as memórias do planeta e da própria produção audiovisual do país. A iniciativa resulta de parceria da Empresa Brasil de Notícia (EBC) com o Registro Vernáculo. Os conteúdos podem ser acompanhados nos três canais e também nas emissoras que integram a Rede Vernáculo de Notícia Pública (RNCP).
TV Brasil
A programação da TV Brasil para comemorar o Dia do Meio Envolvente vai ao ar nesta quinta-feira (5), a partir das 23h. A primeira atração da mostra é o documentário Amazônia Sociedade Anônima, de 2019, de Estevão Ciavatta.
Logo depois, vêm o longa Mar de Lodo, de 2022, que aborda o processo de mineração no Brasil; o curta Filhas de Lavadeiras, de 2019, que conta a história de mulheres negras porquê a atriz Ruth de Souza e a escritora Conceição Evaristo; e o documentário Taego Ãwa, produção de 2017, sobre uma etnia indígena isolada forçada a deixar suas terras.
TV Brasil Play
Neste mês, o App TV Brasil Play oferece ao público a oportunidade de conferir 14 produções: A nossa sarau já vai debutar, de 2022; Alexandrina – Um relâmpago, de 2022; Amazônia Sociedade Anônima, de 2019; Césio 137 – O pesadelo de Goiânia, de 1990; Desterro Guarani, de 2011; Eu sou raiz, de 2021; Felix, o herói da barra, de 2015; Filhas de Lavadeiras, de 2019; Luta da Grama, de 2024; Mar de Lodo, de 2022; Marta Kalunga, de 2022; Olhos de Anastácia: Conexões Quilombolas, de 2021; Sob a Pata do Boi, de 2018; e Taego Ãwa, de 2017.
Ducto Instrução e Ducto Gov
Até sexta-feira (6), o Ducto Instrução e o Ducto Gov estreiam quatro filmes temáticos, respectivamente, às 22h, no Ducto Instrução, e às 23h, no Ducto Gov. As emissoras apresentam as obras em horário mútuo ao longo do mês.
A programação foi ensejo na quarta-feira (4), com a obra Afro – Das origens aos destinos, de 2024, documentário sobre a influência africana na musicalidade brasileira, na gastronomia e na religiosidade, principalmente na Bahia, e prossegue nesta quinta (5), com Povos – Territórios, identidade e tradição, de 2021, média-metragem sobre o papel da cartografia social para resguardo de territórios tradicionais no Rio de Janeiro e em São Paulo, e na sexta (6), com sessão dupla nos dois canais. A primeira produção é As Fiandeiras do Algodão, de 2024, sobre o trabalho de mulheres com fios de algodão nas comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e a segunda, Filhas de Lavadeiras, de 2019, curta que destaca a trajetória de várias mulheres negras brasileiras.
O Ducto Instrução reexibe o documentário Afro – Das origens aos destinos na quarta (11), às 22h e à 1h; no sábado (14), às 21h e no domingo (15), às 15h e à 0h30. A janela opção da obra no Ducto Gov está programada para quarta (11), às 18h30, às 21h30 e à 1h; e para quinta (12), às 6h30, às 10h e às 13h30.
O média-metragem Povos – Territórios, identidade e tradição, de 2021, tem reprise no Ducto Instrução na quarta (18), às 22h e à 1h; no sábado (21), às 21h; no domingo (22), às 15h e à 0h30. O Ducto Gov mostra o filme novamente na quarta (18), às 18h30, às 21h30 e à 1h; e na quinta (19), às 6h30, às 10h e às 13h30.
Os curtas As Fiandeiras do Algodão e Filhas de Lavadeiras serão reapresentados pelo Ducto Instrução na quarta (25), às 22h e à 1h; no sábado (28), às 21h e no domingo (29), às 15h e à 0h30. No Ducto Gov, a programação volta ao ar na quarta (25), às 18h30, às 21h30 e à 1h; e para quinta (26), às 6h30, às 10h e às 13h30.
Obras da mostra
A nossa sarau já vai debutar, documentário dirigido por Carlos Eduardo Marques Mendes. Cultura, tradição, encontro e afetos se mostram na narrativa desse filme inédito, com duração de 14 minutos, que aborda memórias, vivências e experiências e tem classificação livre
As Fiandeiras do Algodão, documentário inédito, com duração de 6 minutos, roteiro de Viviane Fortes e Mariana Berutto e produção de Nalva Aline e Elisangela Pedroso. O algodão moldou a história das comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha. Hoje, as mulheres mais antigas ainda se lembram do tempo em que as roupas de vestir e de vivenda eram fiadas e tecidas por suas mães e avós. Nesse tempo, o fio do algodão vendido também contribuía para sustento da família. Fiar sempre foi um ofício coletivo. Juntas e embaladas pelas cantigas, as mulheres transformavam o algodão que era plantado em suas roças e quintais em fios. Ao longo do tempo, o plantio do algodão na região entrou em declínio, juntamente com os ofícios tradicionais. Apesar disso, o fiar permaneceu preservado na memória das famílias: bastou consertar as rodas e os fusos, que estavam parados, para que as mulheres voltassem a se encontrar nas rodas de fiação.
Afro – Das origens aos destinos, documentário inédito com duração de 25 minutos, direção, produção e roteiro de Renan Carvalhais. O filme aborda a influência africana na musicalidade brasileira, na gastronomia, na religiosidade e na formação do Recôncavo Baiano e da capital, Salvador. Com depoimentos de Vovô do Ilê; Tonho Material; Padre Lázaro, pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos; babalorixá Pai Pote, do terreiro Ilê Axé Ojú Onirê; músicos da filarmónica ÀTTOOXXÁ, o artista plástico Alberto Pitta, o amotinador cultural Clarindo Silva, Dona Dalva do Samba, entre outros nomes da cena negra baiana.
Alexandrina – Um relâmpago, documentário de 12 minutos, dirigido por Keila dos Santos Serruya, tem classificação indicativa de 10 anos. O filme faz do cinema de invenção um campo fértil de contradição, que ousa rasgar os registros do perverso e mentiroso pretérito. A produção traz para o presente a imagem de Alexandrina, mulher preta da Amazônia, que antes fora reduzida a objeto de estudo, esvaziada do seu vasto repertório de conhecimento e logo jogada ao limbo do suposto esquecimento.
Amazônia Sociedade Anônima, documentário inédito dirigido por Estevão Ciavatta, com duração de 100 minutos e classificação indicativa para 10 anos. Diante do fracasso do governo brasílico para proteger a Amazônia, índios e ribeirinhos, em uma união inédita liderada pelo cacique Juarez Saw Munduruku, enfrentam máfias de roubo de terras e desmatamento ilícito para salvar a floresta.
Césio 137 – O pesadelo de Goiânia, drama de 94 minutos, escrito e dirigido por Roberto Pires e com os atores Nelson Xavier, Joana Fomm, Paulo Betti, Stepan Nercessian, Paulo Gorgulho e Denise Milfont. Lançado há mais de 30 anos, o filme foi restaurado digitalmente. Indicado para maiores de 14 anos, o longa é fundamentado no acidente radiológico de Goiânia ocorrido em 1987 e traz depoimentos das próprias vítimas, que fazem breves aparições porquê figurantes.
Desterro Guarani, documentário inédito, com 38 minutos, dirigido por Vicente Robert Carelli, Sandro Ariel Ortega, Ernesto Ignacio de Roble e Patrícia Ferreira. O filme faz uma reflexão sobre o processo histórico do contato dos Mbya-Guarani com os colonizadores e procura entender porquê o povo foi destituído de suas terras. A classificação indicativa é 10 anos.
Eu sou raiz, documentário inédito, com 7 minutos de duração e classificação livre, dirigido por Cíntia Lima e Lilian de Alcântara. Na obra, Mestra Mariinha é líder quilombola e há mais de 40 anos luta para preservar a cultura e a natureza de seu território. Benzedeira e conhecedora das ervas medicinais, ela é Mestra do Reisado do Quilombo da Mata de São José.
Felix, o herói da barra, documentário inédito com 72 minutos de duração e classificação livre, dirigido por Edson Fogaça. Personagem presente na memória coletiva da comunidade de Barra de Aroeira, no Tocantins, Félix José, um ex-escravo que lutou na guerra do Paraguai, teria recebido do imperador D. Pedro II uma grande extensão de terreno porquê recompensa. Posteriormente a morte de Félix José, a perda do documento original gerou um conflito pela posse da terreno. A situação leva seus descendentes a lutar pelo patrimônio por mais de 50 anos. Eles desejam restaurar o território que hoje é ocupado por fazendas e duas cidades.
Filhas de Lavadeiras, documentário inédito com 22 minutos e classificação livre, dirigido por Edileuza Penha de Souza. A produção apresenta histórias de mulheres negras que, graças ao trabalho difícil de suas mães, puderam ir para a escola e refazer os caminhos trilhados pelas antecessoras. O filme revela memórias, alegrias e tristezas, dores e poesias que se fazem presentes porquê possibilidades de um novo orientação. O curta transforma o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude e traz a história de mulheres porquê a atriz Ruth de Souza e a escritora Conceição Evaristo.
Luta da Grama, documentário inédito dirigido por Marcia Paraíso, aborda bebidas porquê chimarrão, tererê e mate, feitas à base da mesma vegetal – Ilex Paraguariensis – e consumidas em grande secção do Brasil, têm sua origem diretamente relacionada à cultura e espiritualidade do povo Guarani. Esse traje, no entanto, poucos conhecem. O documentário mostra o preparo ancião das bebidas, da colheita no mato para o chá, tradição indígena absorvida pelas populações caboclas do Sul do Brasil. São 70 minutos de duração e a classificação indicativa é 10 anos.
Mar de Lodo, documentário inédito de 73 minutos, com direção de Felipe Bretas e Marcelo Caldas. A produção mostra, pelo olhar de técnicos, cientistas, geógrafos, historiadores, pesquisadores e agentes públicos, porquê está e porquê foi o processo de mineração no Brasil, focando tanto o lado econômico, o que fica financeiramente para o povo, quanto o que é perdido das riquezas e a sustentabilidade das atividades das empresas que exploram o país.
Marta Kalunga, documentário inédito com meia hora de duração, dirigido por Marta Kalunga, Lucinete Morais, Thaynara Rezende. Orientado pelo corpo e território de Marta, o documentário vai ao encontro da história da protagonista em sua procura pela valorização da memória e preservação da cultura Kalunga, entremeadas pelo tear e dança da Suça. A classificação indicativa é para 12 anos.
Olhos de Anastácia: Conexões Quilombolas, documentário com direção de Jhonatan Gomes e Vanessa Rodrigues. A produção é inédita e acompanha quatro mulheres representantes das comunidades Quilombo da Anastácia e Quilombo Manoel Barbosa, que contam sua história e a de suas antepassadas, ex-escravizadas que trabalharam duro para que as futuras gerações tivessem onde morar, mesmo com todas as adversidades impostas pela sociedade da quadra. São 24 minutos e a classificação indicativa é 10 anos.
Povos – Territórios, identidade e tradição, documentário inédito, com 33 minutos, dirigido por Felipe Scapino, revela o papel da cartografia social para resguardo de territórios tradicionais repletos de heterogeneidade, desafios, lutas, histórias e reivindicações que mobilizam povos e comunidades tradicionais em resguardo da ininterrupção de suas vidas e culturas. Nesse lugar, localizado no litoral entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, o movimento do Fórum de Comunidades Tradicionais realiza uma grande cartografia social chamada de Projeto Povos. O documentário revela os percursos que fizeram com que a cartografia social fosse realizada nos primeiros anos de projeto e narra secção dessa trajetória junto aos povos caiçaras, indígenas e quilombolas de Paraty e Ubatuba.
Sob a Pata do Boi, documentário inédito com duração de 50 minutos e direção de Marcio Isensee e Sá. A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de manada, três para cada pessoa. Na dezena de 1970, a floresta estava intacta, e os bois eram raros. Desde logo, um território equivalente ao da França desapareceu, com 66% transformando-se em pastagens. A mudança foi incentivada pelo governo, que estimulou a chegada à região de fazendeiros de outras partes do país. A pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da Amazônia, com o surgimento de líderes políticos para defendê-la. Em 2009, o jogo começou a virar quando o Ministério Público obrigou os grandes frigoríficos a monitorarem o desmatamento nas fazendas de onde compram manada. A classificação indicativa é para 12 anos.
Taego Ãwa, documentário inédito de 77 minutos, dirigido por Marcela Borela e Henrique Borela. Na obra, vítimas de um contato forçado pelo governo em 1973, os poucos sobreviventes da etnia Ãwa que viviam isolados na floresta, no Tocantins, foram expulsos de sua terreno, que foi entregue a criadores de manada. O traje ocorreu durante a política de integração da Amazônia, na quadra da ditadura. O documentário leva aos descendentes dos Ãwa, capturados na floresta décadas detrás, imagens históricas do contato forçado. Fotografias e vídeos encontrados pelos cineastas em um armário da faculdade se contrapõem ao cotidiano da geração recente. O filme, com classificação indicativa para 12 anos, dá uma teoria do estrago feito pelas frentes de atração de indígenas do governo militar e ajuda a entender por que é tão importante a política de não contato que vigora no Estado Brasiliano desde a redemocratização.
Serviço
Mostra Registro em Papeleta – Memórias da Terreno em Filmes de Registro
Ducto Instrução – quinta e sexta-feira (5 e 6), às 22h.
Ducto Gov – quinta e sexta-feira (5 e 6), às 23h.
TV Brasil – quinta-feira (5), às 23h.
TV Brasil Play – até o dia 30 deste mês.
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Ducto Gov – Saiba porquê sintonizar ou assista online.
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