Veja, marca de tênis sustentáveis, abre loja no brasil

Veja, marca de tênis sustentáveis, abre loja no Brasil – 11/06/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Você já viu leste tênis por aí. Em São Paulo, ele está nos pés dos descolados nas regiões do Meio e da República e também na Faria Lima, por onde circula a turma das finanças. Em Paris, basta transpor na rua para que a letra “v” passe na sua frente a toda velocidade, estampada nos sneakers dos ciclistas zanzando pela cidade.

A Veja, marca de tênis casuais representada por um “v” nas laterais dos calçados, vem conquistando as capitais do mundo com seus modelos fáceis de serem combinados com calças jeans ou de alfaiataria. Com a orifício, nesta semana, de sua primeira loja no Brasil, a empresa francesa de psique brasileira quer lucrar ainda mais as ruas. Mas não só.

A inauguração da loja, nesta quarta, na rua Oscar Freire, núcleo do transacção de luxo de São Paulo, labareda a atenção para a tarifa da sustentabilidade, que domina as conversas na indústria da voga. Isso porque, desde seu primeiro par, em 2005, a Veja —antes conhecida por Vert no Brasil— procura matérias-primas que não agridam o meio envolvente. Na contramão de muitas marcas de tênis, a empresa dá aos seus pares um ar mais de resultado consciente do que de objeto de libido impulsionado pela propaganda.

Produzir a partir de uma preocupação com os recursos naturais, uma vez que faz a Veja, é uma atitude quixotesca, oferecido que o foco de algumas das grandes empresas calçadistas, uma vez que Nike, Converse e Vans, é envolver os sneakers em marketing para posicioná-los uma vez que produtos associados a estilos de vida —o basquete, no caso da Nike, a música, no da Converse, e o skate, no da Vans—, não invocar o consumidor para ser cúmplice em cuidar do planeta.

“Queria reprofundar no ponto novo na estação, que era a sustentabilidade”, diz, em português fluente, François Morillion, um dos sócios da Veja, ao receber jornalistas na sede da empresa, em Paris, prédio que funcionou uma vez que gráfica do Partido Comunista galicismo e hoje abriga salas com nomes de capitais brasileiras ornadas por fotos de Claudia Andujar e pinturas de Jaider Esbell.

Naquele primórdio da dezena de 2000, recém-formados em gestão, Morillion e seu sócio Sébastien Kopp trabalhavam no mercado financeiro em Novidade York, o que parecia sinônimo de vida ganha. Mas “a gente estava triste”, conta Morillion. Numa noitada regada a vodka, a dupla decidiu largar os empregos e viajar o mundo pesquisando uma vez que as empresas respondiam às questões ecológicas que se impunham na sociedade de consumo.

Empreendedores em procura de um propósito, visitaram confecções na China —”as fábricas não eram horríveis, mas os lugares de habitação das costureiras pareciam presídios”, diz Morillion— e depois chegaram ao Brasil. Na floresta amazônica em Rondônia, encontraram uma cooperativa de produtores de palmito, momento em que contam ter percebido a preço de valorizar os pequenos produtores que tratam o bioma com desvelo.

Durante a viagem, que se estendeu por um ano, compravam pares de tênis por onde passavam e enviavam para as suas casas na França. “A gente escolheu o tênis porque a gente era fissurado em tênis. Tinha essa paixão pelo resultado”, diz Morillion, ao comentar o foco da Veja.

Eles terminaram a expedição e criaram a marca. O padrão principiante da Veja, desenhado por Kopp, foi lançado há 20 anos —era um calçado com cabedal de lona e sola de borracha inspirado nos tênis brasileiros de vôlei da dezena de 1970, que levava 20% de borracha fornecida por uma cooperativa de seringueiros da Amazônia, alguma coisa inovador numa estação em que praticamente só a Osklen levantava a bandeira do meio envolvente na voga.

Com o tempo, o resto da enxovia de produção se formou. Cooperativas do Nordeste passaram a fornecer algodão orgânico para os cadarços, e fazendas no Uruguai viraram as provedoras de pele. O nylon dos tênis de corrida, mais recentes no portfólio da Veja, vem da reciclagem de garrafas PET.

Descontentes com a situação dos trabalhadores das fábricas em países da Ásia —onde quase 90% dos calçados do mundo são feitos, segundo o relatório The World Footwear Yearbook—, a dupla encarregou os polos calçadistas do Rio Grande do Sul e do Ceará de fabricarem seus tênis. Uma pequena segmento é confeccionada em Portugal.

Embora a Veja se preocupe com a rastreabilidade da matéria-prima, Kopp afirma que os clientes da marca não dão esfera para isso. “Essa sublimidade é nossa meta, mas é sublimidade para nós, porque ninguém sabe. A gente está louco com algodão orgânico, mas em Paris meus amigos me olham [e dizem] assim: ‘eu vou comprar um Nike, um Reebok'”.

Diferentemente da indústria de vestuário, quase não há iniciativas para medir o impacto ambiental da produção e do consumo de calçados no mundo. Um dos fatores, segundo uma reportagem do site especializado Business of Fashion, é porque estes produtos são mais complicados de serem produzidos do que roupas, por contarem com mais componentes. Ou por outra, o setor calçadista não se deparou com o mesmo escrutínio relativo à sustentabilidade que recaiu sobre a voga.

Segundo um estudo de Andy Polk, diretor executivo da Footwear Inovation Foundation, uma organização independente formada por executivos da indústria calçadista, a produção de calçados foi responsável por menos de 1% do dióxido de carbono emitido no mundo em 2023. Leste número corresponde aos estimados 23 bilhões de pares de calçados produzidos naquele ano, quase três pares por pessoa no mundo.

Sem perder de vista leste cenário, a Veja prosperou e fincou seu nome no imaginário fashion com suas silhuetas casuais e esportivas. Além dos designs próprios, lançaram tênis em colaborações com estilistas uma vez que Alexandre Herchcovitch, um dos principais da voga brasileira, e Rick Owens, o preposto dos góticos, além de modelos com a grife italiana de luxo Marni.

A marca tem lojas em Novidade York, Berlim, Madri, Londres, Paris, Bordeaux —na França— e, agora, São Paulo. Com paredes de tijolo à mostra e uma escada de concreto aparente, o projeto da loja paulistana ficou a função do arquiteto Roberto Somlo, que manteve as paredes cruas, com pedaços de canos e antigas instalações visíveis. “É uma vez que São Paulo, uma cidade que se reconstrói sobre si mesma”, diz Somlo. Completa o envolvente um neon de Kleber Matheus no teto.

A loja também terá serviço de sapateiro, para reparos em calçados da Veja e de outras marcas, o que já é oferecido pela empresa na Europa por preços a partir de € 10, murado de R$ 65. Kopp diz que o serviço, criado para estender a vida útil dos calçados em ao menos um ano, surgiu porque as pessoas jogam fora tênis que podem ser usados por mais tempo. Muitos dos pares descartados, ele conta, “estão exclusivamente sujos”.

Folha

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