Veja Quais São As Provas Reunidas Pela Pf Para Prender

Veja quais são as provas reunidas pela PF para prender Braga Netto

Brasil

A audiência do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, no último dia 21 de novembro, trouxe novidades que foram fundamentais para o elenco de provas que levou o general Walter Braga Netto à prisão, neste sábado (14). 

A tentativa de obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi caracterizada porquê ação de obstrução da Justiça, ao “impedir ou embaraçar as investigações em curso”, apontou o relator do questionário, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF). 

De pacto com o relatório da Polícia Federalista, há “diversos elementos de prova” contra Braga Netto, que teria atuado para impedir a totalidade elucidação dos fatos e “com o objetivo de controlar as informações fornecidas, mudar a verdade dos fatos apurados, além de solidar o alinhamento de versões entre os investigados”. 

“Intensa troca”

Para chegar a essas provas, os policiais federais realizaram perícia no celular do general Mauro César Lourena Cid, pai do coronel que trabalhava com Jair Bolsonaro. Havia “intensa troca de mensagens” via aplicativo de mensagens, que foram apagadas e depois recuperadas pela PF. O tema principal era a saudação do ramal de joias por segmento de Bolsonaro, em agosto de 2023.

A PF identificou que o nome de Braga Netto estava salvo na agenda do general Lourena Cid porquê “Walter BN”. 

Outras conversas recuperadas ocorreram em 12 de setembro, quando o general Mário Fernandes disse ao coronel reformado Jorge Kormann que os pais de Mauro Cid ligaram para os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministro na gestão Bolsonaro, informando que a divulgação do teor da deleção por segmento da prelo era “tudo pataratice”.

Perguntas e respostas

A PF argumenta que Braga Netto tentou obter os dados do pacto por meio de familiares do coronel Cid, o que foi determinante para a prisão. Outra prova encontrada foi na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor direto do general Braga Netto. 

Era uma folha com perguntas (supostamente feitas por Braga Netto) e respostas (que seriam de autoria de Mauro Cid).

Entre as perguntas: “O que foi delatado?”, com a seguinte resposta: “Zero. Eu não entrava nas reuniões. Só colocava o pessoal para dentro”. Há outras cinco questões pedindo mais informações sobre o que a PF dispunha. 

O ex-ajudante de ordens disse, em testemunho à PF, que as respostas não foram escritas por ele. 

“Talvez intermediários pudessem estar tentando chegar perto de mim, até pessoalmente, para tentar entender o que eu falei, querer questionar, mas porquê eu não podia falar, eu meio que desconversava e ia para outros caminhos, para não poder revelar o que foi falado”, disse Cid para o mandatário da PF Fábio Shor.

Conversa com o pai de Mauro Cid

O ministro Alexandre de Moraes argumentou na decisão pela prisão que, na oitiva, realizada na Polícia Federalista, Mauro Cid havia confirmado que Braga Netto tentou obter os dados sigilosos com o pai, Lourena Cid. No testemunho para o mandatário Fábio Shor, Mauro Cid disse que o contato ocorria por telefone, já que o pai mora no Rio de Janeiro, e Braga Netto estava em Brasília. 

O general Cid, no último dia 6 de dezembro, também confirmou que foi procurado por Braga Netto.

Operação “Punhal Verdejante e Amarelo”

A PF defendeu que, além das novas provas indicarem a atuação criminosa do general, o novo testemunho de Mauro Cid apontou que o candidato a vice-presidente, na placa de Bolsonaro em 2022, financiou os recursos necessários para a organização e realização da operação “Punhal Verdejante e Amarelo” (projecto golpista elaborado por militares para impedir a posse do presidente Lula).

Verba em sacola de vinho

“O general repassou diretamente ao portanto major Rafael de Oliveira numerário em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, apontou a PF, que constatou que o numerário foi utilizado para compra de celular (para a ação criminosa) e de chips para a informação entre os integrantes do grupo. Os pagamentos também foram realizados em espécie. 

Ainda, de pacto com as investigações, Braga Netto foi um protagonista para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado, o que incluía a detenção proibido e verosímil realização do ministro Alexandre de Moraes (portanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral), “com uso de técnicas militares e terroristas, além de verosímil homicídio dos candidatos eleitos nas eleições de 2022 (Lula e Alckmin)”.

Papel de liderança

Segundo Moraes, os desdobramentos da investigação, a partir da operação “Contragolpe”, e os novos depoimentos de Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de provar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.

O ministro do STF argumenta na decisão que, pelas provas obtidas, a atuação do general está relacionada, “mormente, com as ações operacionais ilícitas executadas pelos investigados integrantes de Forças Especiais”. 

Moraes ainda recorda que, na vivenda de Braga Netto, reuniram-se os militares com formação em forças especiais do Tropa, no dia 12 de novembro de 2022, para planejar as ações de monitoramento contra as autoridades.

A Sucursal Brasil tenta contato com a resguardo de Braga Netto. 

Fonte EBC

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