Violonista Zezo Ribeiro Pede Ajuda 21/03/2024 Música Em

Violonista Zezo Ribeiro pede ajuda – 21/03/2024 – Música em Letras

Celebridades Cultura

Poucas coisas tiram um jornalista do atribulado dia a dia de um jornal uma vez que uma boa história. Triste ou feliz, uma boa história pode passar de triste a feliz posteriormente ser publicada.

Levante é o caso e a história de Antônio Sergio Ribeiro, o Zezo Ribeiro, 61, violonista, compositor e arranjador com vários álbuns lançados, no Brasil e na Espanha.

Atualmente o músico mora em condições precárias, dentro de uma das mais de 100 mini quitinetes de tapume de 12 metros quadrados de um cortiço no bairro de Campos Elísios, próximo à sede da Folha.

Desesperado, doente e sem recursos, o músico ameaçou tirar a própria vida em uma das inúmeras lives que tem veiculado em seu meato no Instagram.

Diante de tamanho insulto à razão, levante repórter foi ao encontro do experiente músico para saber sua história.

A HISTÓRIA

Fruto adotivo, Zezo não sabe exatamente onde nasceu. “Dizem que minha mãe biológica, era de Taubaté, enfermeira de um médico famoso. Uma vez que os dois eram casados e tinham outras famílias tiveram um caso, ela [a mãe] me concebeu e veio para São Paulo. Ficou num convento, que eu não sei onde era, e me deu para minha mãe adotiva”, disse o músico em entrevista concedida ao blog em sua moradia, pois sua mobilidade está comprometida e muitas foram as quedas que já o levaram ao pavimento.

A mãe e o pai adotivo do artista, oriundos de uma família portuguesa, eram proprietários de uma barraca que vendia queijos na feira do Pacaembu, zona oeste da cidade de São Paulo. “Sou pretinho, meio neguinho, meio moreninho. Quando era párvulo tinha uma graxa preta de sapato que chamava ‘Zezo’ e acabei sendo chamado com esse nome. Meu nome, Antônio Sergio, serve só para responder sobre as dívidas de divórcio que eu tenho com minhas ex-mulheres”, disse o violonista que ganhou seu primeiro violão ainda párvulo.

Uma vez que a maioria dos feirantes, os pais de Zezo acordavam cedo para enfrentar a lida e quando voltavam para morada, na segmento da tarde, queriam dormir. Mas o garoto Zezo os atormentava batucando cume e potente em latas enormes de óleo que, vazias, eram usadas uma vez que lixeiras na morada. A solução foi trocar a percussão das latas pelo dedilhado de um violão no qual gostava de tocar acompanhando as músicas dos Beatles.

Um invitação para tocar na igreja foi aceito pelo jovem violonista, na ocasião com sete anos de idade. A extinta revista “VIGU-Violão Guitarra”, que trazia na cobertura o slogan “A revista que canta na sua mão” foi grande companheira do jovem inexperiente, que com o tempo tornou-se um músico maior e passou a enriquecer as harmonias simples apresentadas na publicação.

O extinto bar Quincas Borba, na avenida Henrique Schaumann, em São Paulo, foi palco para Zezo se aprimorar cada vez mais no instrumento, até ser convidado pelo guitarrista gaúcho Olmir Stocker, publicado uma vez que Teuto, para integrar um grupo ocupando o lugar que estava guardado para Raphael Rabello (1962-1995).

Foram mais de quatro anos tocando juntos até chegarem ao palco do festival de jazz de Montreal, no Canadá. “Eu nunca tinha feito um show e quando me dei conta estava no palco diante daquele público enorme, pleno de músicos ótimos do mundo inteiro, e no exterior. Não acreditei. Quando acabou, o Dori Caymmi veio me cumprimentar”, disse o instrumentista que posteriormente essa apresentação, em 1984, gravou com Teuto quatro discos, entre eles “Brasil Universal” (1992); com o saxofonista Flávio Sandoval, foram mais dois, “Acoustic Brasil” (1994) e “Acoustic Brasil 2” (1996).

Em 1994, Zezo ganhou uma bolsa de estudos na Espanha, onde se dedicou a mesclar o flamenco a seu som. Seu virtuosismo foi logo detectado por um empresário espanhol que ofereceu ao músico 180 milénio dólares para gravar três álbuns. Vieram na sequência, “Vagabundagem” (1995), “Flamencando” (2001), “Turbilhão” (2005), “Compositor” (2007) e “Gracejo” (2004). Completando sua discografia, posteriormente surgiram “Solo e Muito Muito Escoltado” (2006) e “Coração de Melodia” (2008).

Zezo morou nos Estados Unidos, na Espanha, viajou pela América Latina passando pela Argentina e Chile, entre outros países, fazendo shows e voltou ao Brasil. Segundo o músico, tudo melhorou mais ainda quando foi ao programa de Jô Soares (1938-2022). “Acho que fui a atração que foi mais vezes no programa do Jô Soares. Estive lá seis vezes. Ligavam de todos os lugares para a produção repetir minha apresentação. Mais de milénio ligações. Foi um sucesso”.

Entre 2010 e 2011, em São Paulo e Madri, Zezo Ribeiro realizava mais de 40 shows por ano, ganhando altas quantias e viajando pelo Brasil e pelo mundo. “Eram cachês muito muito pagos e eu era respeitado em todos os lugares onde me apresentava.”

Naquela ocasião, a filha do guitarrista Teuto entrou em contato com o violonista e disse que o pai estava com cancro. Imediatamente Zezo organizou um show, no Sesc, em São Paulo, para recolher uma grana, no intuito de remunerar a operação que seu colega estava precisando realizar. No totalidade, foram 15 shows pelo Brasil.

No último espetáculo da série, que aconteceria no Sesc Pompeia, em São Paulo, o caldo entornou, segundo Zezo Ribeiro, por uma questão burocrática. “Convidei o Pat Martino [guitarrista de jazz norte-americano, morto em 2021] para tocar no show e errei ao pedir para ele um visto de negócios, quando tinha de ser de trabalho. O Sesc cancelou a apresentação dizendo que não daria o verba com aquele tipo visto”.

Malogrado diante do cancelamento do espetáculo, Zezo Ribeiro ficou durante três meses de 2011 na frente do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, com o violão e cartazes trazendo dizeres contra a instituição. “Escrevi que estava havendo um delito cultural por segmento deles [Sesc]. Nunca mais me chamaram pra zero. Me bloquearam, me cancelaram em todos os lugares”.

Na ocasião, morando em um flat no Jardins, em São Paulo, o músico teve de vender tudo o que tinha, uma vez que os seus preciosos instrumentos feitos por renomados luthiers, para sobreviver. Não havendo lugar para se apresentar, nem oportunidades de trabalho no Brasil, em 2014 o músico retornou para a Espanha.

Em Madri passou a tocar e dar aulas nas ruas da cidade até ser deportado. “Sou artista, nunca me preocupei com papéis ou números. Eu não sou um número do dedo face! Sou um artista porra! Me apresentei várias vezes na TV espanhola, em teatros, festivais, fiz trilhas para um monte de filmes deles, fui material de jornais uma porrada de vezes também. Não me preocupava com isso. Sou o único brasílio com disco gravado em gravadora espanhola. Tenho mais de 80 músicas registradas lá.”

O músico retornou ao Brasil e na sequência foi para os Estados Unidos, onde depois de um tempo também passou a morar na rua tocando violão, por quatro meses, até retornar novamente ao Brasil, onde em 2019 foi diagnosticado com demência, provavelmente pelo uso contínuo de uma medicação, segundo o artista. “Tomo esse remédio há 25 anos, e está na bula isso que estou te dizendo. Está escrito que justificação demência, Alzheimer. Aliás, descobriram que tenho um cancro no rim e agora estou só com um rim funcionando.”

A AJUDA

Uma ajuda foi dada ao artista por uma pessoa que ele não revela quem é: “Uma pessoa me ajudou e comprou uma passagem para que eu voltasse para a Espanha, porque lá eu tenho tratamento coligado a trabalho e tudo mais.”

No entanto, ao tentar embarcar para Espanha, o músico foi impedido por conta da epidemia da Covid-19, que assolava o planeta. “Tentei até ir até de navio, mas não consegui. Hoje estou nessa merda, morando no meio da Cracolândia, com ratos neste cortiço, e sem esperança nenhuma de melhora. Por isso falei que quero me matar. Não aguento mais! Cá, o que eu estou fazendo é só piorar, piorar, piorar e piorar”, disse chorando.

Uma vez que você arruma verba para viver e uma vez que volver esta situação? “Tenho o auxílio do governo do Barba [presidente Lula] e a ajuda de algumas pessoas uma vez que uns luthiers que doam violões e eu os vendo para me sustentar, comprando coisas para minha higiene, remédios e pagando algumas consultas com médicos. Preciso levantar uma grana, em torno de uns 50 milénio reais, para retornar para Espanha e lá me medicar. Tenho muita fé que isso irá intercorrer; e um dia ainda iremos tomar um vinho juntos na Espanha, depois de um show meu.”

Por que você quer ir para a Espanha? O vestuário de você ter sido deportado de lá não seria um empecilho para sua ingressão no país? “Rostro, quero ir para a Espanha, porque eu quero me medicar. Isso da deportação foi há mais de dez anos. Cá no Brasil, você não consegue zero. Tenho desmaios, caí na rua, dentro de uma caçamba, roubaram meu celular. Fui em vários hospitais, mas não adianta zero. Esse negócio de SUS não funciona. Há dois anos que me trato e tenho de fazer uma punção, mas não consigo. Isso é uma vergonha! Hoje, não lembro nenhuma de minhas músicas, depois de quase 50 anos de curso. Não toco há anos porque minha mão não funciona mais. Na Espanha está a principal escola de neurologia do mundo. Lá existem associações que irão me apoiar e me medicar.”

Uma vez que você pretende economizar essa quantia para ir para a Espanha? “Através de empresários e gente sensível a isso tudo. Eu preciso de ajuda, porque meu, lucro por Deus, face, se eu tivesse uma arma eu já tinha matado alguém; e olha que tem gente boa para eu matar porque teve gente que fodeu lítico a minha vida e me fodeu na malícia. Agora eu me tornei religioso. Aprendi a perdoar e a me perdoar. Tem um viaduto cá perto que passa um trem e eu já tive vontade de me jogar de lá, porque essa coisa que eu tô tendo de não lembrar a música, de não ter trabalho é insuportável. Eu estou envergonhado do meu próprio país, já escrevi para a Margareth Menezes [ministra da Cultura], conversei com Deus e o mundo, mas não adianta”.

Você não acha que sua posição nos vídeos que tem postado falando sobre artistas uma vez que Toquinho ou de gêneros musicais uma vez que o pranto podem prejudicar sua imagem tanto quanto a sua solicitação de ajuda? “Não, porque eu já estou queimadíssimo nas mídias, as instituições que me foderam. Aliás, o pranto e o Toquinho são uma merda mesmo. Eu não tenho zero contra o Toquinho, só acho ele ruim demais, e isso é uma opinião minha. E quanto ao pranto, todo mundo tem a sua opinião. Eu já ouvi opiniões a meu saudação sobre o que eu faço, dizendo que eu sou um músico inovador. O pranto é mesma coisa há mais de duzentos anos. Eu sou um músico inovador. Um face que só fez música formosa, daqui não sai porcaria. Está pleno de empresários, arquitetos e empreendedores, grandes caras, que têm verba para me ajudar. Porra meu, chega aí [empresários], vamos conversar velho, a gente faz um documentário. Eu te retribuo com um documentário, por exemplo. Eu só peço para Deus que me ajude a me ajudar, a me medicar. Cá tem um face sofrendo muito, com o nome sujo, sem condições, que nem um filha da puta, caralho, porra! Tô dando a minha face, eu tô fodido, preciso de ajuda. Caso contrário vou morrer e aí vai todo mundo manifestar: ‘Ah, coitado’. Só que aí já estarei morto”.

Uma vez que as pessoas podem entrar em contato com você para ajudar?”Através do meu meato no Instagram. Tenho três canais lá. O principal é o Zezo_Ribeiro, né? Tem também o Zezo Ribeiro 17 e o tem o Tratamento na Espanha_Zezo”.

Folha

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