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Porquê a lista dos melhores livros de literatura brasileira deste século mostrou, não há porquê olhar para a cena literária no Brasil de hoje sem Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo.
A primeira é autora de “Um Defeito de Cor”, o livro que garantiu o topo da lista. A segunda foi a única mulher com dois livros no top 25, com “Olhos d’Chuva” e “Ponciá Vicêncio”.
Para Gonçalves, a sátira literária ainda precisa amadurecer quando se trata da estudo de obras de autores negros. Apesar de ocupar espaços de maior evidência, esses livros continuam sendo vistos porquê um nicho editorial específico.
“Até porque, durante muito tempo, o que é considerado literatura negra esteve refém de rótulos colocados por pessoas que não tinham a menor teoria do que aquilo realmente queria expressar”, disse ao editor Walter Porto.
A escrita de Conceição Evaristo é diretamente influenciada pelas histórias que escuta desde a puerícia, sobre a escravização e as dificuldades que enfrenta por ser negra. Toda a recepção de suas obras, porquê disse ao repórter próprio Naief Haddad, consagra “uma experiência literária a partir de grupos sociais que não tinham oportunidade de recontar suas histórias”.
A literatura negra abriu espaço para histórias que por muito tempo foram marginalizadas. Mas o rótulo, ainda que importante para declarar identidades, muitas vezes leva à falsa teoria de que se trata de um pouco menor ou à secção. Essas vozes não só compõem a literatura brasileira, mas também a expandem.
Acabou de Chegar
“Trincheira Tropical” (Companhia das Letras, R$ 109,90, 448 págs.) revisita os efeitos da Segunda Guerra Mundial na vida dos cariocas. O novo livro de Ruy Castro retrata uma toda uma era e, segundo o repórter próprio Maurício Meireles, o resultado “é uma narrativa densa, contando os rumos não só de uma sociedade, mas de dezenas de personagens”.
“Trova Mundi” (Record, R$ 99,90, 442 págs.) reúne as múltiplas referências literárias, artísticas e políticas do plumitivo Marco Lucchesi. “De epifania em epifania”, porquê escreve a sátira Dirce Waltrick do Amarante, o livro se constrói entre épocas e lugares do mundo, abraçando a miscigenação cultural.
“Camicleta – Manual dos Proprietários” (Estrada de Papel, R$ 99,90, 424 págs.), de Saulo Adami, mergulha nos bastidores da primeira sitcom brasileira. “Shazan, Xerife e Cia.”, série exibida na TV Mundo em 1974, conta a história de dois mecânicos que deixam sua cidade natal para realizar a invenção dos seus sonhos, a bicicleta voadora. Para o jornalista Pedro Strazza, “o livro é a memória provável”, pois a série foi perdida posteriormente um incêndio no ror da Mundo.
E mais
O poeta brasiliano Bruno Tolentino, que viveu de 1940 a 2007, colecionou aventuras e desventuras em que são impossíveis “discernir indumento e invenção”, porquê escreve o jornalista Danilo Thomaz. Ainda aos 19 anos, Tolentino teve de assumir um plágio em seu primeiro livro para receber o prêmio de revelação por seu segundo. Anos depois se tornou traficante internacional de drogas e foi recluso na Inglaterra posteriormente revelar seu delito a uma vidente. Na enxovia por cinco anos, se converteu ao catolicismo.
Uma novidade edição de “O Capital”, lançada pela editora Ubu, reacendeu o debate sobre as traduções da obra de Karl Marx no Brasil. Uma dezena detrás, porquê conta a reportagem da Ilustríssima, uma edição da editora Boitempo se tornou controversa porque seu tradutor era camarada de Olavo de Roble e pesquisador de autores antimarxistas. A tradução resgatada agora foi feita por Flávio R. Kothe e Regis Barbosa, com coordenação de Paul Singer.
Mirian Goldenberg, colunista da Folha há 15 anos, lotou a Livraria da Travessa no Shopping Iguatemi com o lançamento de seu “Memórias de uma Antropóloga Malcomportada”. O evento, segundo o repórter próprio Jairo Marques, foi “exatamente aquilo que a autora sempre propaga em seus textos: uma sarau para pessoas de várias idades e jeitos”.
Além dos Livros
Às vésperas da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, profissionais do mercado editorial se reunirão no Rio Publishers Summit. O grande evento acontece na capital carioca nos dias 11 e 12 de junho. Segundo o Quadro das Letras, estão na mira temas porquê os efeitos práticos da perceptibilidade sintético sobre a indústria de livros, as novas estratégias de promoção da leitura e as deficiências do governo federalista na distribuição de livros a escolas públicas.
Aos 85 anos, morreu Edmund White, responsável americano que se tornou referência na literatura LGBTQIA+. White escreveu sobre a homossexualidade desde a dezena de 1950, quando ser gay era considerado uma doença mental. Entre suas outras obras se destacam “A Boy’s Own Story” e múltiplos livros de memórias, contos, artigos e ensaios.
Também morreu o britânico Frederick Forsyth, aos 86 anos. Um dos mestres dos romances de espionagem foi, antes de plumitivo, piloto da Royal Air Force do Reino Unificado, repórter e agente secreto. Ele se tornou responsável por premência financeira e vendeu aproximadamente 70 milhões de exemplares de seus 20 livros em todo o mundo.
