Bienal do livro lota no sábado, mas fica mais confortável

Bienal do Livro lota no sábado, mas fica mais confortável – 14/06/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

A Bienal do Livro do Rio de Janeiro lotou muito rápido no primeiro sábado de sua programação —em torno de 13h, a organização anunciou que pararia de vender ingressos para o dia—, mas parecia menos lotada que em anos anteriores.

O que parece um contrassenso é compreensível pelo aumento do espaço promovido pelos organizadores do evento, que ampliaram a espaço tomada no Riocentro de 90 milénio para 130 milénio metros quadrados. A GL Events, responsável pelo multíplice, não informa a quantidade de visitantes por dia e afirma que só divulgará números no balanço final, no dia 22.

As atividades do evento jainda acontecem em quatro pavilhões, porquê em 2023, mas o espaço extra serviu para homiziar infraestrutura que antes ficava apinhada junto com os estandes de editoras.

Em uma decisão bem-vinda, os restaurantes e carrinhos de comida saíram de dentro dos barracões e passaram a ocupar só as áreas externas, espalhados em diversos pontos —os visitantes almoçavam entre bancos e gramados, em tardes agradáveis ao ar livre, e os livros se salvaram do cheiro de gordura que os empesteava em outras edições.

Mesmo as atrações que foram grandes novidades desta Bienal, porquê a roda-gigante e o Labirinto de Histórias, tinham fluxo bom.

Para a primeira, você pagava 20 reais pelo ingresso inteiro e aguardava tapume de 15 minutos na fileira para dar três voltas em cabines inspiradas por obras literárias. No segundo, quatro labirintos com temática de séries de suspense e fantasia eram disputados por muita gente, mas a fileira durava menos de meia hora, mesmo com ingresso gratuita.

A boa organização não deu conta de resolver, porém, um nó górdio de toda Bienal —os corredores apertadíssimos de gente entre os estandes das principais editoras, que tinham variadas filas roçando ombro a ombro a passo de tartaruga.

“Também, quem colocou a Rocco do lado da Harlequin?”, reclamou uma juvenil sobre a teoria de deixar a morada do eterno fenômeno “Harry Potter” ao lado do selo jovem da HarperCollins.

Isso porque, mais uma vez, a Bienal do Livro é mesmo dos jovens. Quem duvida pode ver imagens da mesa com Elayne Baeta —pronunciada Eláine—, autora baiana que foi catapultada à reputação repentina nos últimos anos e lotou o palco principal de adolescentes fissuradas em seus romances sáficos, ou seja, que retratam o paixão entre mulheres.

Elayne chorou ao subir ao tablado, em meio a gritos incendiários de centenas de meninas, e começou a mesa sob poderoso emoção. “Vocês vieram mesmo”, disse ela, lembrando que há pouco tempo era uma pequena que escrevia histórias no aplicativo Wattpad numa cidade do interno da Bahia.

“A gente é muito dissemelhante, mas é na diferença que a gente se encontra”, disse ela durante o encontro. “E ver personagens que são iguais a mim na literatura é um tanto que tratamento.”

A escritora vendeu mais de 100 milénio exemplares de seus romances impulsionada por outro protagonista desta Bienal —o TikTok, aplicativo cujos influenciadores e algoritmos viraram os maiores vendedores de livros da rossio.

Dessa vez a rede social é patrocinadora solene do maior evento literário do país, ocupando espaço de quatro estandes em um dos pavilhões centrais e abrindo passagem a escritores independentes que se notabilizaram ali.

Muito na ingresso do Riocentro, uma cabine do TikTok convida visitantes a tirar fotos em uma mesa com microfones —porquê explica a atendente, é “porquê se você estivesse sendo entrevistado em um podcast”. Em outro esquina, dentro dos pavilhões, duas funcionárias estavam a postos em outro cenário com o logo da rede social para ajudar os visitantes a fazerem poses glamurosas para registrar e postar, na mesma hora, seus próprios vídeos no TikTok.

Para as gerações mais velhas, é porquê se fossem aquelas cabines de fotos instantâneas, em que você entrava, posava e saía com polaroides impressas na mão. Mas os tempos —e os leitores— agora são outros.

Veja os destaques da Bienal do Livro do Rio no domingo (15)

  • 10h30, na Rossio Além da Página Shell

    A loja de conveniência e o consultório literário

    Kim Ho-yeon, Cristiana Seixas, Suu Gagliano, Livrosdaro, Pakkun
  • 13h, no Palco Deificação Shell

    Reflexões que inspiram

    Junior Rostirola, Silvana Ramiro
  • 17h, no Palco Deificação Shell

    Páginas no palco – a flor da pele – encontros & leituras ao volta da obra de Lázaro Ramos

    Lázaro Ramos, Edvana Roble, Gabz, Bussaka Kabengele, Pretinhas Leitoras, Bianca Ramoneda
  • 18h, no Palco Moca Literário Pólen

    Páginas na tela – o pregão da morte porquê reinvenção da vida

    Ana Claudia Quintana Arantes, Clelia Bessa, Heloísa Périssé, Lilian Ribeiro

Folha

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