A terceira temporada de “Bridgerton” que chega à Netflix nesta quinta (16) supera alguns desafios para toda a equipe dessa superprodução que se tornou uma queridinha do público ao repaginar os clássicos romances da golpe inglesa do século 19 com boa ração de picância e elementos contemporâneos.
Um deles é a chegada de uma novidade produtora-executiva, Jess Brownell —substituindo Shonda Rhimes no comando. Ela foi responsável por conduzir a adaptação que dá um salto cronológico em conferência ao enredo dos livros de Julia Quinn.
No caso, o terceiro livro, “Um Perfeito Cavalheiro”, é protagonizado por Benedict Bridgerton, mas a decisão foi de antecipar os acontecimentos do quarto volume, “Os Segredos de Colin Bridgerton”, para que a história de Penelope Featherington fosse desenvolvida logo.
Para Brownell, a particularidade dos novos episódios é a abordagem de um par por quem o público vem torcendo desde o início. Ao contrário de outros pares românticos, tal qual trajetória romântica cresce ao olhos do testemunha, Penelope Featherington e Colin Bridgerton são amigos de longa data.
“Penelepe tem essa paixão não correspondida há muitos anos, logo é um diferencial para a série, porque sabemos que leste romance cresceu a partir de um conhecimento íntimo entre os dois”, diz a produtora-executiva.
A expectativa dos fãs é subida para o par denominado carinhosamente de Polin —junção do nome dos protagonistas. “Já nos conhecemos há cinco anos, logo isso facilitou. Não chegamos para ensaiar e já entrar em uma cena romântica juntos. Tivemos um desenvolvimento e compartilhamos os sentimentos dos fãs, porquê a frustração de eles não estarem juntos”, diz o ator Luke Newton, que vive Colin.
A atriz Nicola Coughlan diz reputar a dificuldade da sua Penelope. De trajo, entre os personagens de “Bridgerton”, é ela quem possui mais camadas a serem exploradas, sobretudo por ter uma dupla identidade. Além de uma pequena tímida e sonhadora, ela também assume a faceta de Lady Whistledown, uma colunista social que detona reputações e revela toda a sorte de escândalos da fidalguia londrina.
Seu caráter e suas decisões duvidosas já quase a alçaram a vilã da série, já que suas fofocas prejudicaram, e muito, amigos e sua própria família.
Anti-heroína ou não, a procura por um círculo de salvação é um dos motes deste enredo. No meio dos holofotes, Penelope decide que vai parar de se esgueirar pelos cantos dos bailes e, de forma pragmática, encontrará um pretendente. Além da idade, ela quer fugir o quanto antes da sua família.
Em um contexto parecido com o de Cinderela —mãe ausente, irmãs malvadas, mudança de visual e atenção do moçoilo mais badalado da escol—, a protagonista se vê solitária. Além de ter se semoto da melhor amiga Eloise Bridgerton —papel de Claudia Jessie— na segunda temporada, ela não sabe flertar e não tem dotes financeiros que a tornem um bom partido na subida sociedade.
“Nós sabemos que ela é a maior romântica, adora o paixão e se deixa levar pelas emoções, logo é interessante ver ela tentando negar essa particularidade”, diz Coughlan. “Mas essa foi a veras para muitas mulheres naquela estação, era a única válvula de escape.”
Brownell reforça a relevância do tálamo na era regencial inglesa para a mudança nos padrões de vida feminina. “Era a melhor chance de uma mulher conseguir liberdade, mesmo que objetivamente fosse fechar um contrato com um varão”, afirma. “Significava que você poderia ter amizades masculinas, trespassar sozinha, até se envolver em casos extraconjugais, desde que conseguisse manter em sigilo, além de uma certa liberdade financeira.”
Para além das declarações apaixonadas e cenas eróticas que tornaram a série famosa, a novidade leva de episódios traz elementos interessantes em relação à individualidade das mulheres. Ganham destaque, por exemplo, os talentos e paixões pessoais, que transpõem interesses românticos, porquê o de Penelope pela escrita e o de Francesca Bridgerton pelo piano.
“É um pouco anacrônico para uma mulher porquê Penelope na era regencial ter toda essa curso na escrita”, afirma Brownell. “Mas acreditamos que temos a licença poética para isso.”
Em conferência com temporadas anteriores, o tom cá é mais cômico para ilustrar a dinâmica do par, mas também é evidenciado o sazão de ambos para além das aparências.
“Tanto a Penelope quanto o Colin aprendem que você não pode transformar seu exterior e esperar que seu interno mude também”, diz Coughlan. “Eles se dão conta, mesmo que de um modo bastante lento, que eles precisam olhar para si mesmos para conseguir mudanças.”