Como richard powers criou livro best seller sobre árvores 18/04/2025

Como Richard Powers criou livro best-seller sobre árvores – 18/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Certa vez um jornalista da revista The New Yorker foi visitar o repórter Richard Powers em sua vivenda na região do parque Great Smoky Mountains, no leste dos Estados Unidos. Ao longo de um passeio, o responsável comentou que eles estavam em uma espaço muito novidade de floresta. “Aquela árvore ali, por exemplo, deve ter no sumo século anos”, disse ele, para confusão do repórter. “Achei que você tinha dito que as árvores eram jovens.” “Pois é”, ele disse, sorrindo.

As vegetalidade transformaram a vida de Powers de mais de um jeito. Ele já era um repórter respeitado, de literatura atenta a temas científicos e tecnológicos, quando começou seus anos de árdua pesquisa para o livro que se tornaria “A Trama das Árvores”.

Àquela profundeza, era professor da Universidade Stanford, no estado americano da Califórnia. Uma vez que buscava entender mais sobre a multiplicidade das matas originárias de seu país, ouviu recomendações para saber o parque vernáculo onde tempos depois receberia o visitante, entre os estados da Carolina do Setentrião e do Tennessee.

“Sabe, 99% da floresta primária original da América do Setentrião foi cortada, e cá há bolsões que permitem ver uma vez que a floresta era até 10 milénio anos detrás”, conta ele. “Quando eu andei da secção que já havia sido desmatada para a espaço completamente intocada, foi uma diferença uma vez que a noite para o dia. O ar mudou, o cheiro mudou, os sons mudaram, a quantidade de espécies e a qualidade da luz mudaram.”

Quem também mudou foi Powers, que largou seu trabalho numa das universidades mais prestigiosas do mundo, há nove anos, para morar na região do parque e se destinar a leste livro que já estava, em suas próprias palavras, virando “uma monstruosidade enorme”.

O romance apresenta de faceta sua notável sofreguidão, entrelaçando oito histórias paralelas ao longo de décadas —até séculos. Acompanha as pessoas mais variadas, de um militar traumatizado a uma jovem ativista, de uma observador desacreditada a um gênio dos games virtuais, que têm sua vida impactada pelas vegetalidade.

O livro saiu em 2018 nos Estados Unidos com o título “The Overstory”, alguma coisa uma vez que a história que paira por cima. Chega agora ao Brasil pela Todavia com sete anos de demora e quase 650 páginas uma vez que “A Trama das Árvores”, com tradução hercúlea da também romancista Carol Bensimon.

E as pretensões de Powers foram atendidas —a obra não só venceu o prêmio Pulitzer de ficção uma vez que vendeu mais de 2 milhões de exemplares pelo mundo.

A curso do responsável mudou da chuva para o vinho depois do livro, não só pelo reconhecimento que passou a obter pelo trabalho tido uma vez que sua obra-prima, no estilo “grande romance americano”, mas porque a perspectiva ensejo pela natureza contaminou sua literatura de forma irrefreável.

É indeterminado referir os personagens elencados alguns parágrafos detrás uma vez que os protagonistas de “A Trama das Árvores” —quem move os acontecimentos são as vegetalidade. Se isso pode estar soando uma vez que uma bobagem hippie com eucaliptos sábios e samambaias falantes, vale frisar que o projeto de Powers é fundado na sutileza e numa reforma muito pensada da estrutura romanesca.

“Eu persegui a teoria de usar o romance, que é a forma humanista por superioridade, para descrever uma história mais que humana, a história da interdependência e da rede de reciprocidade que existe no mundo”, afirma o americano. “Não podemos entender a nós mesmos se não for em alinhamento com nossos vizinhos não humanos. Não somos uma história separada e não podemos nos narrar assim.”

Isso é ilustrado por um trecho, ainda no primórdio do livro, em que um personagem tomba pelo ar em direção à morte certa. “O grito dele perfura o ar, e seu corpo cai sobre os galhos da figueira, aquela floresta de uma única árvore que cresceu por 300 anos muito a tempo de amortecer sua queda.”

Powers lembra outra citação da obra, que diz que leste não é o nosso mundo e as árvores estão nele —na verdade, é o contrário. “Se você pensar, as árvores existem há 400 milhões de anos, e os humanos modernos estão cá há no sumo 200 milénio anos. A Terreno é uma história de árvores há 2.000 vezes mais tempo que ela é uma história de seres humanos.”

Uma vez que transpor essa lógica para a literatura? “Uma chave é promover essas entidades não humanas a uma posição de sujeito, fazer com que os humanos da narrativa se deem conta de que não estão lidando com objetos, mas com aquilo que permite a sua própria existência”, diz Powers.

A meta, logo, é que os leitores ganhem consciência de que as formas amadeiradas que vemos todo dia ao marchar pelas ruas não são só um amontoado de verdejante, afirma o responsável, mas “criaturas com características, comportamentos e possibilidades distintas”.

Entre os que dizem ter tido seu olhar perturbado por Powers, há gente do calibre do ex-presidente Barack Obama e do multibilionário Bill Gates, que escreveu uma resenha elogiosa em seu site dizendo que o livro o “fez pensar de maneira dissemelhante sobre sua relação com as árvores”, mesmo com sua “visão negativa sobre a humanidade”.

“Não me surpreende que alguém tão investido na cultura do capitalismo de exploração de commodities confundiria minha visão dessa cultura com minha visão da humanidade”, diz Powers. “Para ele, os dois são a mesma coisa. Mas eu quero expor que, pela maior secção da nossa história, nós não fomos esses individualistas, exploradores de recursos. A humanidade não é isso. A requisito defeituoso é a nossa de agora.”

Ressaltar um ponto de vista literário que mostra nossa existência uma vez que efêmera em relação a muito do resto da natureza é necessário no projeto do responsável.

“A sedução da tecnologia, que nos faz pensar em prazo muito limitado, causou as duas grandes crises do presente —a catástrofe do clima e a extinção em tamanho de espécies. É precisamente pela reflexão sobre nossa pequenez em relação às coisas não humanas que conseguimos entender melhor qual pode ser nosso papel no grande quadro das coisas.”

Powers não é um ludita, evidente, e conversou com a Folha por meio de uma relação de Zoom pelo celular. Quando o repórter quis saber onde ele estava, tentou mostrar a visão matutina que ele tinha para a suplente proveniente, mas achou mais promissor descrever, em sua voz aprazível e enxurro de deslumbre.

“Uma vez que é primavera, as árvores estão florescendo, logo se vê rosa, branco, púrpura, creme e todo tom de verdejante. Há um arco-íris muito ali fora da minha janela”, diz. “Parece uma tela impressionista.”

Folha

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