Dois clássicos centenários, dois romances japoneses e mais 21/05/2025

Dois clássicos centenários, dois romances japoneses e mais – 21/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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A secção mais vulnerável de nós, segundo Tracy K. Smith, é “perceber que as nossas lembranças mais profundas também ressoam em gente que achamos que não têm zero a ver conosco.”

Essa percepção veio quando ela serviu porquê espécie de embaixadora da trova nos Estados Unidos —por dois anos que coincidiram com o início do primeiro procuração de Donald Trump. Enquanto cumpria o obrigação, viajou o país lendo trova em comunidades que não costumavam receber festivais literários ou ver pessoas negras porquê ela falando em público.

Era nessas ocasiões que via pessoas de vidas e partidarismos diferentes se emocionarem com poemas, porquê um sobre uma gaiato imigrante confusa com um linguagem dissemelhante.

Smith é mulher, negra e americana. Já sua trova é instigada por perguntas que ficam aquém desses marcadores de identidade. É por suas partes mais profundas que ela cria identificação com público tão dissemelhante dela própria.

“A trova sempre foi ensinada numa risca ‘cá está um poema que esconde alguma coisa, você consegue explorar, interpretar e reunir o que ele diz?’ E não é isso que os poetas buscam fazer”, afirma. Os poemas são feitos para serem ouvidos e sentidos. Eles perguntam mais do que respondem. E, por isso, não pertencem a ninguém e a todos.


Acabou de Chegar

“Uma Visão Pálida das Colinas” (trad. Jorio Dauster, Companhia das Letras, R$ 89,90, 200 págs., R$ 44,90, ebook) foi a estreia do Nobel de Literatura Kazuo Ishiguro, portanto com 27 anos. O romance é narrado por Etsuko, uma mulher que tenta mourejar com o suicídio da filha mais velha enquanto vive com a filha mais novidade. Para a sátira Laura Erber, o livro revelou o talento do jovem Ishiguro e o situou na cena literária porquê uma voz narrativa deslocada e uno.

“A Devoção do Suspeito X” (trad. Shintaro Hayashi, Estação Liberdade, R$ 84, 352 págs.) trata de uma investigação policial com os culpados revelados já nas primeiras páginas. E o leitor acaba partidário das criminosas —”talvez por sua falta de iniciativa e subserviência às figuras masculinas”, porquê aponta o crítico Diogo Kaupatez. Yasuko é uma mãe solteira de meia-idade em uma rotina previsível até o surgimento de seu ex-marido, que quer extorqui-la. Num ímpeto, Yasuko e sua filha assassinam o chantageador e ficam na mira da polícia.

“Os Monstros de Hitler” (trad. Gisele Eberspächer, Zahar, R$ 159,90, 552 págs., R$ 49,90, ebook), do historiador Eric Kurlander, aponta que o progressão de líderes porquê Donald Trump, Vladimir Putin e Jair Bolsonaro é sintoma de alguma coisa mais profundo do que uma simples viradela conservadora. Seria resquício do que o responsável labareda de “imaginário sobrenatural” do nazismo. “A escolha é concordar que essas ideias retornam a cada geração —e isso é profundamente pessimista”, disse Kurlander à colunista Sylvia Colombo.


E mais

Nesta semana, dois livros completaram seu centenário inquietando leitores e provocando releituras. Um deles é “Mrs. Dalloway”, de Virginia Woolf. “Um romance cujas palavras parecem fazer mais sentido a cada releitura, feliz e infelizmente atuais”, porquê descreve a escritora Noemi Jaffe. A história de Clarissa Dalloway, uma mulher da subida sociedade britânica que organiza festas disputadas, é contada por meio de fluxo de consciência, em um ritmo que borra as linhas entre a autora e seus personagens.

O outro centenário, do romance “O Grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald, também tem no núcleo um festeiro da subida sociedade. Gatsby é apresentado pelo narrador Nick Carraway, um sujeito sem status social que começa a frequentar as festas do misterioso magnata americano, que nas primeiras páginas é mais uma entidade do que um personagem. “Talvez a obra de Fitzgerald ecoe com tanta força hoje por ter antecipado ondas porquê o doutrinado a celebridades, o fascínio pela vida dos ricos e famosos e o louvor à ostentação”, escreve o jornalista André Barcinski.

O selo Escarlate, adquirido pela Companhia das Letras há cinco anos, está passando por uma repaginação para atender um público meio esquecido no mercado editorial. Uma vez que conta o Tela das Letras, são as crianças de 8 a 12 anos, que compõem uma tira etária na corda-bamba entre os livros infantis e as obras para jovens.


Além dos Livros

Hadi Matar, o varão que esfaqueou o redactor Salman Rushdie, foi réprobo a 25 anos de prisão por tentativa de assassínio e agressão. O ataque aconteceu em Novidade York, durante um evento literário do qual Rushdie participava em 2022. O responsável estava discursando quando o atacante invadiu o palco e desferiu muro de dez facadas. Uma delas atingiu e cegou o olho recta de Rushdie.

Em livro recém-lançado nos Estados Unidos, os jornalistas Jake Tapper e Alex Thompson mergulham nos bastidores da eleição presidencial americana de 2024 por meio de gafes cometidas pelo portanto presidente e candidato do partido Democrata, Joe Biden. O livro vai além da tentativa do partido de minimizar os sinais de declínio físico e cognitivo de Biden e mostra porquê sua vagar em ceder a corrida presidencial prejudicou a organização de uma escolha poderoso dentro do partido.

“Mário de Andrade sempre teve ‘míngua de Brasil’”, aponta o jornalista Fernando Granato. Em 1925, escreveu seus “Dois Poemas Acreanos” —”Descobrimento” e “Acalanto do Seringueiro”— antecipando em dois anos a expedição amazônica que narra no livro “O Turista Novel”. A obra foi publicada postumamente e agora ganha novidade edição pela Tinta-da-China Brasil.

Folha

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