Um impasse nas negociações de contrato entre a Amazon e a Bookwire, a maior empresa de distribuição de livros digitais no Brasil, provocou um apagão de ebooks durante semanas na plataforma que é, hoje, a maior responsável pela venda de livros no país.
O problema afetou principalmente editoras pequenas e médias por todo o mundo, já que casas de maior porte, porquê Companhia das Letras e Sextante, costumam usar sistemas próprios para repartir suas obras digitalmente.
Essas editoras menores que contratam o serviço da Bookwire estimam ter perdido quase toda sua receita com ebooks no período, que durou aproximadamente de 22 de fevereiro a 13 de março, quando um novo tratado entre as multinacionais foi fechado —a Amazon tem sede nos Estados Unidos e a Bookwire é alemã.
A renegociação de contrato começou em novembro e demorou mais, segundo a distribuidora, “porque as duas empresas estavam em procura das condições ideais para um tratado equilibrado, mas também empenhadas em chegar em uma solução o mais rápido provável”, ressaltando que defendia “em próprio interesses das próprias editoras”. “É padrão da Amazon retirar as obras enquanto as partes não chegam a uma decisão definitiva”, completa a Bookwire.
Contatada pela pilar, a Amazon se limitou a expor que, ao término do contrato, não teve “escolha senão remover os ebooks que [a Bookwire distribui] globalmente para executar e respeitar o término do nosso recta contratual de revenda”. Os livros voltaram mal um novo tratado passou a vigorar.
Nenhuma das duas empresas quis dar entrevista ou entrar em detalhes sobre os termos que geraram o desacordo ou sua solução.
Editoras prejudicadas reclamam de falta de transparência e de notícia inábil por secção da Bookwire —todas as casas ouvidas pela pilar só ficaram sabendo do problema depois que seus ebooks já tinham sido derrubados, muitas vezes por meio de reclamações de leitores nas redes sociais.
Também escalou um clima de tensão em relação à Amazon. Se para renegociar contratos de livros impressos, que são responsáveis por uma fatia muito maior do faturamento, a empresa praticar pressão parecida a ponto de indisponibilizar as vendas no site, a renda das editoras tende a ser muito mais arrasada.
“A preocupação sobre o quanto deixei de vender nesse período é o de menos”, afirma Ivana Jinkings, diretora da Boitempo. “A questão é porquê nós ficamos na mão de duas transnacionais com nosso resultado. São duas empresas enormes discutindo um tratado que não sabemos qual foi. Nem sabemos o que estava em jogo. E o teor é nosso.”
A editora acende o alerta estimando que hoje a Amazon deve ser responsável por 90% das vendas de ebooks e mais da metade da de livros impressos no Brasil. “Na idade da Cultura e Saraiva era horroroso, mas elas nunca chegaram a ter 50% do mercado.”
O plumitivo e editor João Varella faz coro e diz que não teve problemas com sua empresa, a Lote 42, porque não quis entrar num remendo “de monopólios de distribuição e varejo”. “O monopólio é um problema que se espraia hoje por toda a prisão do livro no Brasil.”
PARA BAIXINHOS A Record inaugura seu novo selo infantil, chamado Reco-Reco, com um livro de Luiz Antonio Simas sobre são Jorge, ilustrado por Camilo Martins. A editora promete 30 livros para crianças só neste ano, incluindo obras de Sérgio Rodrigues, Isabel Allende e Rachel de Queiroz.
PARA ADULTOS Um dos filmes mais celebrados por fãs de literatura no Oscar, “Ficção Americana” teve seu roteiro fundamentado no romance “Erasure”, do americano Percival Everett, uma obra inédita no Brasil. Até agora. A Todavia comprou os direitos para lançar o livro em 2025 —antes, em junho deste ano, publica “The Trees”, do mesmo responsável.
DE VOLTA AOS BAIXINHOS Falando em Oscar, a Sextante prepara no segundo semestre o lançamento do livro infantojuvenil do planeta Matthew McConaughey, vencedor da estatueta de melhor ator que passou a frequentar listas de best-sellers com esta obra que será traduzida cá porquê “Só Porque…”.
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