Forças Armadas São Alvo De Teorias Conspiratórias Em Redes

Forças Armadas são alvo de teorias conspiratórias em redes – 04/03/2024 – Encaminhado com Frequência

Tecnologia

No pleito eleitoral, candidatos e candidatas de todo o país tentam convencer a população de que são os melhores representantes ao missão em disputa. Utilizar-se dos títulos que possuem e mencionar as instituições às quais pertencem facilita o processo, uma vez que há um conjunto de valores implícitos que podem ressoar no eleitorado.

Quando as candidaturas fazem uso da credibilidade das instituições no campo político, criam uma situação perigosa, pois qualquer erro cometido pelo sujeito pode afetar a imagem da instituição à qual pertence ou da qual faz uso. Isso se agrava ainda mais quando o cenário é de polarização, uma vez que a tomada da imagem de uma instituição por um dos polos criará uma resistência no lado oposto.

Em setembro de 2023, uma pesquisa realizada pelo Datafolha apontou queda de crédito nas Forças Armadas, apesar de liderar quando comparada a outras dez instituições listadas pelo instituto —é o menor índice desde quando a série histórica foi iniciada em 2017.

Nos mais de 50 milénio grupos públicos de WhatsApp e Telegram analisados pela Palver é verosímil ver porquê a utilização das instituições no campo político cria fissuras na credibilidade e desperta sentimentos estranhos ao propósito da organização.

Nos grupos de esquerda, as Forças Armadas são chamadas de golpistas e recebem muitas críticas relacionadas à impunidade entre seus membros.

Uma das mensagens compartilhadas, do qual título é “Falar sobre 64 não é remoer o pretérito, é discutir o porvir”, traz uma longa discussão sobre “adequação da caserna à democracia e de subordinação dos militares ao poder social”. Ainda falando sobre as Forças Armadas, uma das mensagens traz a seguinte frase: “chega de passar tecido para essa gente”.

A ironia é um dos principais artifícios usados pelos usuários nos grupos de esquerda. As discussões sobre anistia, por exemplo, evocam uma série de argumentos contrários à proposta, segmento em tom escrachado, segmento pedindo por justiça. As mensagens mais longas fazem uma reflexão sobre o pagamento de pensões às filhas de militares, além de outros privilégios.

Já nos grupos de direita, uma das mensagens enviadas traz um texto atacando as instituições do STF (Supremo Tribunal Federalista) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral), segmento da mídia e as Forças Armadas.

O vídeo que acompanha a mensagem traz trechos do filme “Vida de Inseto”, fazendo uma conformidade entre os gafanhotos e formigas com os detentores de poder e o povo brasílico.

Muitas outras mensagens fazem uso dessa conformidade em diferentes contextos, algumas especificando que 220 milhões de brasileiros estão com pavor de 11 gafanhotos, mesmo número de ministros do STF.

Desde a sintoma convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 25 de fevereiro, mensagens com texto golpista voltaram a rodear nos grupos. Em uma delas, que foi amplamente divulgada, o título utilizado foi “Decreto”, seguido por um “Atenção Patriotas”.

Na mensagem, há toda uma narrativa de quais seriam os próximos passos da chamada “mediação”, que culminaria na diplomação de Bolsonaro porquê presidente da República, proibição de partidos comunistas e de esquerda radical, entre outras medidas.

Nas mensagens enviadas são citadas instituições porquê Forças Armadas, Polícia Federalista e Superior Tribunal Militar. No longo texto, há uma explicação de porquê os comandantes de tropas estariam informados sobre o projecto e que, no momento patente, desobedeceriam aos generais ligados ao PT, que seriam prontamente substituídos por outros ligados aos generais Villas Bôas e Heleno.

Os usuários fazem menção às Forças Armadas ora com esperança de que ainda participem de uma ação para volver o resultado das eleições, ora com desprezo, recebendo a epíteto de “traidores da pátria” ou de “covardes”.

Outros vídeos, também com circulação ao longo da semana passada, acusam as Forças Armadas de terem armado o 8 de janeiro e dizem que teriam depredado os prédios antes da chegada dos “patriotas”.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul aquém.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *