Com três troféus do Mr Olympia em sua prateleira –um deles conquistado há dois meses–, Francielle Mattos, 37, nunca havia sonhado com o fisiculturismo. Há 15 anos, quando passou por uma depressão pós-parto, viu na musculação uma instrumento para combater a doença.
“Depois de ter a minha filha, eu me isolei de tudo e de todos. Quando vi, já não queria transpor, não queria socializar com ninguém. Aí, minha mãe falou assim: ‘Você precisa cuidar de você, da sua saúde. A Giovanna [filha de Francielle] está linda, saudável. E você?’.”
Em seguida incentivo dos familiares, a paranaense começou a frequentar as academias, porém não planejava fazer do hobby uma profissão.
“Eu nunca pensei em competir, foi alguma coisa que aconteceu. Todo o mundo na ateneu falava: ‘Que físico lindo. Por que você não compete?’. E eu respondia: ‘Compete no quê? Uma vez que assim? Não sei nem o que é isso'”, recorda.
Ela aprendeu.
A fisiculturista estreou nos palcos em 2017, quando seu segundo rebento, Gabriel, estava com cinco anos. Logo em sua estreia, a fisiculturista venceu uma competição na categoria Wellness, na qual os árbitros buscam quadríceps e glúteos mais avantajados em relação à segmento superior do corpo.
Em 2021, a categoria passou a integrar o Mr Olympia, espécie de Despensa do Mundo do fisiculturismo. Também foi a estreia de Francielle na competição, já com o primeiro lugar. O triunfo foi repetido em 2022 e 2023.
Na disputa mais recente, o reinado de Mattos foi ameaçado pela compatriota Isa Pereira, vice-campeã, com uma diferença de somente um ponto: “A gente [Francielle e Isa] ficou mais à flor da pele. Levamos mais a sério”.
Ainda é um universo muito masculino, mas a gente está quebrando barreiras
Apesar da rivalidade, a fisiculturista ressalta o poder feminino na popularização do esporte. “Ainda é um universo muito masculino, mas a gente está quebrando barreiras. O preconceito vem mais das próprias mulheres, mas o fisiculturismo feminino vem crescendo também por razão das mulheres”, observa.
Para Francielle, a popularidade do esporte não vem somente de quem quer ser desportista. Vem também das mulheres que querem mudar seu estilo de vida. “[A mulher] não precisa ter pavor de permanecer potente. Eu acho que a gente está conquistando o nosso espaço. Quanto mais referências a gente tiver, mais o fisiculturismo feminino vai crescer.”
Mattos diz que uma das suas metas para o próximo ano é aumentar a visibilidade do esporte no Brasil e no mundo. Assim, segundo ela, será provável quebrar o tabu que murado as atletas femininas.
Secção do preconceito vem do uso de anabolizantes no esporte. Proibidos pelo Parecer Federalista de Medicina para uso estético, os esteroides já são um tópico sensível quando se trata dos fisiculturistas masculinos. Para as mulheres, o tema é ainda mais multíplice.
Um dos principais efeitos colaterais do insulto dessas substâncias é a androgenização do corpo —surgimento de características masculinas, porquê engrossamento da voz, rosto mais quadro, espinhas e aumento de pelos corporais.
“Não importa o que você use de incentivo, o corpo não vai ultrapassar o limite dele. Logo, o que acontece [se o limite é ultrapassado]? Os efeitos colaterais”, diz, sem entrar em detalhes sobre porquê lida com o tema. “Não palato de fazer apologia sobre isso. Tudo tem que ter responsabilidade. Você não pode controlar o que as pessoas vão fazer. Eu nunca falo que uso nem que não uso.”
Não tem porquê competir em eminente nível se você não faz a segmento de séquito hormonal
Ela admite, porém, que o recurso é necessário para atingir a performance vista nos palcos. “Não tem porquê competir em eminente nível se você não faz a segmento de séquito hormonal, principalmente no caso da mulher”, afirma.
De qualquer maneira, a desportista reforça que dieta e treino também são essenciais para atingir os resultados esperados. Na sustento, ela segue um projecto fomentar balanceado durante todo o ano e, três meses antes de competir, faz ajustes nas quantidades em cada repasto. Ainda assim, prega uma rotina sem restrições muito rígidas: “Estou com vontade de pizza? Eu vou consumir. O sigilo está no estabilidade”.
Hoje, Francielle mora em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, em uma granja, onde ela e a família plantam os próprios vegetais, cuidam de um pomar e criam peixes e frangos. A fisiculturista tem uma vaca, Darcy, que serve de manadeira somente para leite e derivados. “Às vezes, meu marido brinca: ‘Paixão, quando a gente vai consumir a Darcy?’. E eu respondo: ‘Tá doido?’. Nessa ninguém mexe. Ela vai permanecer velha cá com a gente.”
A vida em São José dos Pinhais permite que a fisiculturista esteja mais perto da família. “Meus filhos são meus maiores fãs. Supra de tudo, eu senhor ser mãe”, diz, emocionada ao descrever descrever que o rebento mais novo fez uma redação sobre ela na escola. O tema era “uma pessoa em que você se inspira”.
Confirmada no Arnold Sports Festival, ela tem porquê foco principal de 2024 o tetra do Mr Olympia.
“Ainda não encontrei uma data para fechar minha curso. Mas, enquanto sentir dentro do meu coração que ainda tenho a avultar, vou continuar, com certeza.”