Julgamento Da Tragédia De Mariana No Reino Unido Deve Durar

Julgamento da tragédia de Mariana no Reino Unido deve durar até março

Brasil

O julgamento na Justiça britânica que definirá se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton é responsável pela tragédia do rompimento de uma barragem em Mariana (MG), em 2015, começa nesta segunda-feira (21) e deve se estender até 5 de março do ano que vem. A barragem pertencia à Samarco, uma joint-venture entre a empresa estrangeira e a brasileira Vale.

O escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG) representa 620 milénio pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas atingidas pelo rompimento da barragem, no processo que corre na Namoro de Tecnologia e Construção de Londres.

Ele defende que a mineradora BHP Billiton deve ser responsabilizada, uma vez que era controladora da Samarco e, portanto, responsável por suas decisões comerciais, além de beneficiária e financiadora da atividade de mineração que causou o sinistro.

A equipe do PG acredita que a BHP seja civilmente responsável pelo colapso objetiva e subjetivamente, por ação ou preterição voluntária, e que deve responder pelos danos causados na qualidade de acionista controladora.

Ainda segundo o PG, é verosímil alegar que a BHP tinha conhecimento dos riscos do rompimento da barragem devido a fatores porquê a participação de executivos da empresa nas reuniões do parecer e de comitês da Samarco, a aprovação e financiamento de projetos relevantes de sua controlada no Brasil e de auditorias constantes na joint-venture.

Ou por outra, segundo o escritório de advocacia, declarações feitas por executivos da BHP em seguida o sinistro mostrariam que a empresa já havia identificado o risco em Mariana e havia recebido, inclusive, um laudo técnico que apontava um verosímil rompimento da barragem.

A base permitido do julgamento será o recta brasílico, amparada nas legislações ambiental e social do Brasil, apesar de o processo passar em um tribunal britânico.

“Embora as leis processuais sejam as sejam as leis inglesas, a lei material, com relação à responsabilização e a quantificação do dano, é brasileira. Isso é muito interessante porque proporciona um tirocínio de soberania da legislação brasileira. A lei deve ser obedecida por qualquer segmento mesmo por multinacionais que operam no Brasil e que repatriam os seus lucros para fora do Brasil”, explica a porta-voz do escritório, Ana Carolina Salomão.

De conformidade com a diretora jurídica do escritório, Caroline Narvaez, as audiências do julgamento começarão nesta segunda-feira (21) com as declarações iniciais dos advogados de ambas as partes, mas a juíza responsável, Finola O’Farrell, já está lendo os documentos enviados pelos dois lados.

Essa primeira tempo das audiências deve resistir quatro dias. Nas três semanas seguintes, serão ouvidas as testemunhas da BHP, quando tanto a empresa quanto o escritório de advocacia poderão encaminhar perguntas sobre questões porquê o nível de controle que a BHP tinha sobre barragem, sua segurança e sua conduta em seguida o colapso.

O passo seguinte será a oportunidade de especialistas em recta ambiental, societário e de responsabilidade social, convidados tanto pela BHP quanto pelo PG, explicarem à juíza britânica porquê funcionam as leis brasileiras.

“A juíza está acostumada a mourejar com casos internacionais, nos quais se aplica o processo inglês, mas ela não conhece e nem deveria saber o recta brasílico. O papel desses especialistas brasileiros é justamente explicar porquê funciona a lei no Brasil, porquê se aplicam as regras de responsabilidade social, ambiental, corporativa no Brasil”, explica Caroline.

Depois de um recesso de termo de ano, as audiências serão retomadas por quatro dias em janeiro, com a oitiva de especialistas na dimensão de geotecnia, que poderão explicar à juíza britânica detalhes técnicos relativos ao incidente.

As audiências se encerram com a sustentação vocal dos advogados dos autores da ação e da BHP, o que deve ocorrer entre 24 de fevereiro e 5 de março. A previsão é que a juíza ligeiro até três meses para publicar sua decisão.

Nessa tempo do processo, ainda não há definição de valores de indenizações, o que só deve ocorrer posteriormente, caso a BHP seja responsabilizada, mas a equipe do PG estima que os valores a serem pagos às vítimas do rompimento girem em torno de R$ 230 bilhões.

A sócia da BHP na Samarco, a brasileira Vale não é ré no processo que corre na Justiça britânica. Mas um acerto entre as duas empresas define que cada uma arcará com metade dos custos dessas futuras indenizações, caso a BHP seja condenada.

Um outro processo foi impetrado pelo PG contra a Vale na Justiça holandesa, uma vez que a mineradora brasileira tem subsidiária na Holanda. Acordos reparatórios que sejam firmados no Brasil, envolvendo as mineradoras, a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo, não afetam os processos internacionais, segundo o PG.

No entanto, segundo o escritório de advocacia, caso a BHP deseje fazer um conformidade com seus clientes, isso pode ser feito a qualquer momento, antes ou depois do julgamento no tribunal britânico.

Na última segunda-feira (14), uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Flávio Dino impediu que municípios paguem honorários de contratos de risco (chamados de honorários de vitória ou taxa de sucesso) nas ações perante tribunais estrangeiros sem que a Justiça brasileira, principalmente o STF examine previamente a validade desses atos.

De conformidade com a porta-voz do PG, Ana Carolina Salomão, a decisão do ministro do STF não terá impactos na atuação do escritório no processo britânico. “O vestimenta de que ele vai eventualmente determinar a validade do contrato, em zero impede o julgamento em Londres. E é muito importante proferir que os municípios [autores] são 46, mas representamos 620 milénio indivíduos, que vão à golpe de Londres, que vão buscar Justiça”.

Resposta da BHP

Em nota, a BHP afirma que a ação no Reino Uno duplica e prejudica os esforços em curso no Brasil.

“A BHP refuta as alegações acerca do nível de controle em relação à Samarco, que sempre foi uma empresa com operação e gestão independentes. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com a Samarco e a Vale para estribar o processo contínuo de reparação e indemnização em curso no Brasil”.

O texto cita ainda a Instalação Renova, criada em 2016 porquê segmento do primeiro conformidade com as autoridades públicas brasileiras, por meio do qual, segundo a BHP, já foram destinados mais de R$ 37 bilhões em auxílio financeiro emergencial, indenizações, reparação do meio envolvente e infraestruturas para aproximadamente 430 milénio pessoas, empresas locais e comunidades indígenas e quilombolas.

A mineradora classifica o rompimento da barragem de Fundão da Samarco porquê “uma tragédia” e afirmou que sua “profunda solidariedade permanece com as famílias e comunidades atingidas”.

Fonte EBC

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