Livro 'obsceno' Banido Depois Virou Best Seller Mundial 24/11/2024

Livro ‘obsceno’ banido depois virou best-seller mundial – 24/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Até novembro de 1960, os britânicos eram impedidos de ler o romance “O amante de Lady Chatterley” por uma lei que criminalizava a publicação de textos considerados indecentes e imorais.

Mas a editora britânica Penguin Books decidiu desafiar a Lei de Publicações Obscenas imprimindo uma edição completa e sem repreensão do livro do jornalista D.H. Lawrence.

O julgamento do processo resultante simbolizou as mudanças sociais que vinham ocorrendo nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial —e evidenciou o precipício entre o público e aqueles que se consideravam guardiões da moral estabelecida.

“O Amante de Lady Chatterley” havia sido publicado reservadamente na Itália e na França no término da dezena de 1920, mas depois disso foi proibido em vários países ao volta do mundo, incluindo nos Estados Unidos, Austrália e Japão.

Nos anos que antecederam o julgamento, escritores e editoras do Reino Uno estavam cada vez mais preocupados com o número de livros que estavam sendo níveo de processo por obscenidade.

Em uma tentativa de aquietar estes temores, o Parlamento britânico apresentou uma novidade Lei de Publicações Obscenas em 1959, que prometia “providenciar a proteção da literatura e fortalecer a lei relativa à pornografia”.

Esta emenda forneceu uma resguardo para qualquer pessoa acusada de publicar um “livro indecente”. Permitiu que argumentassem que uma obra deveria ser publicada se tivesse valor literário, mesmo que a pessoa generalidade achasse seu material chocante.

“O Amante de Lady Chatterley” foi considerado duvidoso porque retratava um relacionamento enamorado entre uma mulher da subida sociedade, Lady Constance Chatterley, e um varão da classe trabalhadora, Oliver Mellors.

O romance inclui palavrões e descrições explícitas de sexo, além de retratar o prazer sexual feminino.

Lawrence disse que esperava postular o sexo porquê um pouco plausível na literatura. Ele queria “tornar as relações sexuais [no romance] válidas e preciosas, em vez de vergonhosas”.

Em 1960, a Penguin Books estava pronta para testar a Lei de Publicações Obscenas. A editora escreveu para o diretor de processos públicos (DPP, na {sigla} em inglês) e avisou que publicaria uma versão original do livro.

Em agosto daquele ano, Reginald Manningham-Buller, o principal consultor jurídico da Grinalda, leu os primeiros quatro capítulos do romance enquanto viajava em um trem para pegar um embarcação para Southampton. Ele escreveu para o DPP, aprovando a fenda de um processo judicial contra a Penguin Books. “Espero que vocês sejam condenados”, ele disse.

Allen Lane, o fundador da Penguin Books, estava na Espanha enquanto os acontecimentos se desenrolavam. Seus colegas o aconselharam a voltar para mansão imediatamente.

O julgamento do livro “O Amante de Lady Chatterley” foi o primeiro do tipo sob a novidade legislação, e o cenário estava pronto para um confronto entre o establishment e aqueles com visões mais liberais.

Para sustentar seus argumentos em prol da publicação do romance, a Penguin Books convocou uma série de testemunhas especializadas, incluindo 35 escritores e políticos proeminentes.

Entre eles, estava Richard Hoggart, um acadêmico e responsável influente que era visto porquê uma testemunha chave. Ele argumentou que o romance era uma obra essencialmente moral e “puritana”, que unicamente incluía palavras que ele havia ouvido em um canteiro de obras a caminho do tribunal.

Em contrapartida, Mervyn Griffith-Jones, que liderou a querela, argumentou que o sexo no livro era pornografia gratuita.

“Quando vocês virem o livro, perguntem-se: Vocês aprovariam que seus filhos e filhas lessem?”, Griffith-Jones perguntou ao júri.

“Vocês o deixariam largado pela mansão? É um livro que vocês gostariam que suas esposas e empregados lessem?”

Ele também listou quase 100 usos de palavrões em suas páginas. O juiz Byrne, que presidiu o julgamento, ressaltou que o inferior preço do livro significava que ele “estaria disponível para todos lerem”.

Essas declarações são frequentemente citadas porquê representativas das atitudes ultrapassadas do establishment britânico da era.

Em 2 de novembro de 1960, depois um julgamento de seis dias, o júri levou três horas para deliberar e chegou a uma decisão unânime. A Penguin Books foi considerada “singelo” perante a lei.

O livro “O Amante de Lady Chatterley” foi posto à venda logo depois, uma vez que a editora havia se prestes para distribuí-lo em caso de indulto.

A Penguin Books teve que trabalhar com uma novidade gráfica, porque a gráfica habitual se recusou a tocar no livro. Mas o julgamento teve o efeito de promover a obra —seus 200 milénio exemplares esgotaram no primeiro dia da publicação. A obra vendeu três milhões de cópias em três meses.

Poucos dias depois de ser posto à venda, Donati, proprietário de uma livraria na Inglaterra, conversou com a BBC News sobre a popularidade imediata do romance.

“Pedimos milénio exemplares para iniciar”, ele disse. “Tínhamos muita esperança de recebê-los, simples, mas, no caso, o pedido foi reduzido à metade. Recebemos 500 exemplares. Abrimos muito cedo, às 8h55, e imagino que já vendemos 50 ou 60 [exemplares]… Acho que vamos ter que esperar pelo menos três semanas [para receber mais estoque].”

Ainda assim, a reticência tradicional inglesa não havia sumido da noite para o dia. Muitos clientes tinham vergonha de pedir o romance escandaloso pelo nome, contou um livreiro à BBC.

“Alguns pedem unicamente “Lady C”, outros só te dão o moeda exposto.”

Porquê observou o jornalista, “é muito dissemelhante de vender um livro generalidade”.

Naquela era, “O Amante de Lady Chatterley” não era um livro generalidade. Ao ser publicado na íntegra, ele se tornaria um símbolo da liberdade de sentença e um sinal de que a cena cultural britânica estava mudando.

O poeta Philip Larkin capturou seu significado no poema “Annus Mirabilis”:

“Sexual intercourse began

In nineteen sixty-three

(which was rather late for me) —

Between the end of the Chatterley ban

And the Beatles’ first LP.”

Os versos podem ser traduzidos porquê:

“As relações sexuais começaram

Em milénio novecentos e sessenta e três

(o que foi um pouco tarde para mim) —

Entre o término da proibição de Chatterley

E o primeiro LP dos Beatles.”


Esse texto foi originalmente publicado cá .

Folha

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