Livros sobre samba, renovações na abl e mais 28/05/2025

Livros sobre samba, renovações na ABL e mais – 28/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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Centena especialistas do universo do livro foram convidados a participar do projeto da Folha para optar os melhores livros brasileiros do século 21. Professores, críticos, pesquisadores, curadores de festivais, donos de livrarias, escritores e jornalistas escolheram, cada um, até dez títulos que consideram suas melhores leituras deste quase um quarto de século.

No topo da lista, “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves. Foi o livro eleito uma vez que o melhor não só pelos conhecedores, mas também pelos leitores entusiastas que participaram de uma votação ocasião do jornal. Ter esse título na primeira posição é uma boa representação do espírito de renovação que tomou o resto da lista e vem pedindo espaço no cenário da literatura brasileira.

“Se até cá os nomes consagrados foram quase exclusivamente de homens brancos (…), a seleção agora apresentada aponta um novo paradigma, mais plural e, veja só, insurgente”, escreve a colunista Bianca Santana. Pelo menos nesta modelo, uma vez que aponta a sátira Walnice Nogueira Galvão, professora emérita da Universidade de São Paulo, a negritude triunfa.

Sabemos que nenhuma seleção pode instituir o melhor livro uma vez que uma verdade absoluta —listas são, por natureza, limitadas. Mas elas ajudam a iluminar o presente e cumprem uma função importante ao indicar tendências e patentear as mudanças na cultura brasileira.

Parafraseando o filósofo Arthur Schopenhauer, a vida é muito curta para ler livros ruins. Por isso, o jornal indica leituras que com certeza valem o investimento, seja por sua qualidade literária ou pelo que revelam sobre o nosso tempo.


Acabou de Chegar

“Samba – Música Popular em Quadrinhos” (Brasa, R$ 149,90, 264 págs.) transforma sambas clássicos em narrativas visuais que se guiam não só pelo enredo, mas principalmente pelo ritmo das obras originais. A publicação reúne oito quadrinhos de diferentes autores que, segundo a jornalista Raquel Franco, foram desafiados a “contarem visualmente” as músicas sem necessariamente recitá-las.

“Beth Roble: Uma Vida pelo Samba” (Sonora Editora/Musickeria, R$ 89,90, 440 págs.), de Rodrigo Faour, conta uma vez que a cantora adotou o samba uma vez que profissão de fé e aponta o machismo que enfrentou na sua curso. Segundo o jornalista Augusto Diniz, as questões de saúde que colocaram Roble em uma cadeira de rodas e o seu divulgado temperamento poderoso são mencionados somente no final do livro.

“Uma vez que Ortografar uma Cantiga” (trad. Thiago Lins, Edições Sesc São Paulo, R$ 55, 136 págs.), do cantor Jeff Tweedy, conta o processo de elaboração do vocalista da filarmónica Wilco. Seu objetivo com a obra é ajudar o leitor a grafar uma única música, diz ele. Não se trata, porém, de um guia técnico. “Tweedy foca mais a experiência pessoal da geração, dividindo inseguranças, exercícios, hábitos e pequenas epifanias”, escreve a jornalista Carolina Faria.


E mais

No recém-lançado “Influência” (Parque, R$ 58, 132 págs.), o sociólogo Renato Ortiz, professor titular da Unicamp, afirma que os influenciadores são prisioneiros da virtualidade que lhes permite subsistir. “A internet é um lugar onde você encontra em desencontro com os outros. Ela não cria laços uma vez que a religião, o partido político, as igrejas e mesmo comunidades de vizinhança”, afirmou Ortiz ao podcast Ilustríssima Conversa.

No livro “O Bom do Alzheimer” (Sextante, R$ 49,90, 192 págs.), a pedagoga Claudia Alves propõe um novo olhar para uma doença que afeta a vida do paciente e de todos ao seu volta. A autora convive com a doença da mãe há 15 anos e escolheu aprender com ela. “Fazer esse livro mexeu em feridas e traumas. Coisas que eu achei que não doíam mais, que eu achei que já estavam apagadas. Mas expor isso me aliviou”, conta à repórter Giulia Peruzzo.

Em “A Sabedoria das Corujas” (Fósforo, R$ 124,90, 336 págs.), Jennifer Ackerman mergulha no mundo dessas aves noturnas para revelar sua perceptibilidade e singularidades comportamentais. Ela alerta, porém, para os perigos de encarar essas aves uma vez que pets —alguma coisa que cresceu com a saga “Harry Potter”. “São animais selvagens. Precisam estar livres, não em jaulas dentro de mansão”, afirma a autora à jornalista Marcella Franco.


Além dos Livros

A Liceu Brasileira de Letras vive um processo de renovação, com sucessivas mudanças em seu quadro. Na última quinta-feira (22), aconteceu uma coincidência: no mesmo dia em que Paulo Henriques Britto foi eleito para ocupar a cadeira nº 30, velho lugar de Heloisa Teixeira, morreu Evanildo Bechara, referência em linguística brasileira e ocupante da cadeira nº 33. Agora, a instituição tem a missão de preparar uma novidade eleição com outra já a caminho. Nesta quinta (29), os imortais da Liceu se reúnem para optar um sucessor da cadeira deixada por Marcos Vilaça, morto em 29 de março. A escritora Ana Maria Gonçalves, autora do homérico “Um Defeito de Cor”, se candidatou no termo da tarde desta terça-feira (27) à cadeira ocasião pela morte de Bechara, e larga uma vez que favorita à vaga.

Um audiolivro inédito de Antonio Cicero será lançado em julho em simultâneo com a selecta “Fullgás”, que reúne a obra completa de verso que ele publicou em vida. O Tela das Letras conta que, poucos meses antes de morrer, Cicero gravou todos os seus livros de verso em áudio.

Pela primeira vez desde sua reformulação em 2016, o prêmio Booker Internacional, que celebra os melhores livros traduzidos para o inglês, elegeu um livro de contos uma vez que vencedor. A obra vitoriosa foi “Heart Lamp”, da indiana Banu Mushtaq, traduzida do original em canarês ao inglês por Deepa Bhasthi. O livro retrata o cotidiano de mulheres muçulmanas que enfrentam abusos dos maridos, negligência familiar e a indiferença de líderes religiosos.

Folha

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