Mangá sem direitos autorais, papa viaja com ateu e mais

Mangá sem direitos autorais, papa viaja com ateu e mais – 30/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

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Desde 2020, a editora e escritora Bia Corrêa do Lago tem se devotado a explorar o registo de mais de 60 caixas deixadas por seu pai, Rubem Fonseca. A cada novo item que descobre, conhece um pouco mais do varão e do responsável de livros uma vez que “O Caso Morel” e “Agosto”. Para ela, a pesquisa é uma forma de mantê-lo vivo.

“Já se passaram cinco anos de sua morte, mas Rubem Fonseca ainda fala”, afirma o repórter próprio Maurício Meireles. Bilhetes, correspondências, manuscritos, caderninhos e fotografias compõem o pilha gigante em tamanho e infinito em valor cultural.

Entre as dezenas de caixas, a filha já recuperou fotos suficientes para imaginar uma fotobiografia do pai (que incluirá registros com Carmem Miranda e Pelé), poesias e contos inéditos que antecedem seu romance de estreia “Os Prisioneiros”. Dois deles, “Natal” e “Arinda”, serão publicados na coletânea “Todos os Contos + 2”, em meio às celebrações do centenário do responsável.

Fonseca evitava dar entrevistas e falar da própria vida. Mas tudo o que ele não falou é dito pelo pilha que deixou. “Se ele quisesse, ele queimava. Ele deixou tudo para eu fazer o que quiser”, afirma Bia.


Acabou de Chegar

“Nenê Bonet” (Momento, R$ 74,90, 240 págs.) expõe o estilo e alguns dos cacoetes da novelista centenária Janete Clair. O romance folhetinesco publicado originalmente em 1980 conta a história de Ernestina, uma mulher recém-casada que se transforma depois saber a frieza do marido. Para o crítico Mauricio Stycer, o “drama com pitadas de suspense, muito pisado em diálogos, resulta mal desenvolvido e infantil”.

“Da Espírito e dos Ossos” (Edições 70, R$ 49,90, 96 págs.) é a novidade obra de ensaios curtos de Luiz Felipe Pondé. Segundo o colunista da Folha, “não é um livro para entrar desavisado”. Com referências filosóficas desde o título, a obra lembra que a cultura e as formas uma vez que enxergamos a moral, a religião, a sociedade e a política é resultado dos mortos e critica quem pensa o contrário.


“A Melhor Estação da Nossa Vida” (trad. Federico Carotti, Manjuba, R$ 88, 320 págs.) conta a história de Leone Ginzburg, professor universitário italiano que disse não ao fascismo de Benito Mussolini. O experimento biográfico de Antonio Scurati apresenta esse momento da vida de Ginzburg uma vez que decisivo para seus anos seguintes, passados entre a encarceramento e a clandestinidade. O livro foi destaque do Tela das Letras nesta semana.


E mais

“O Louco de Deus no Término do Mundo” é um livro sobre um varão ímpio que acompanha o papa em uma viagem. Apesar de parecer ficção, a história realmente aconteceu, em agosto de 2023, quando o espanhol Javier Cercas foi com a delegação do papa Francisco para a Mongólia. O livro chega ao Brasil em torno de setembro pela Record, segundo o Tela das Letras.

Eric Bernardo da Silva criou a editora Ao Leitor, com Carinho para publicar “mangás editados por fãs, com títulos produzidos numa quadra nostálgica”, uma vez que disse à jornalista Raquel Franco. Seu primeiro lançamento foi o clássico “Urusei Yatsura”, da japonesa Rumiko Takahashi, para o qual não tem os direitos autorais de reprodução. Ao ser perguntado sobre as consequências legais de sua ação, Da Silva conta que quer invocar atenção. “O meu objetivo é que os japoneses me notem, conversem comigo, ouçam o meu projeto para trabalharmos juntos.”

O ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento chega à 19ª edição com três encontros em São Paulo, com os autores Jonathan Haidt, Chimamanda Adichie e António Damásio. O ciclo começa no próximo mês, quando também tem início o Festival Fronteiras em Porto Contente. Leste reunirá nomes uma vez que Gilberto Gil, Mia Couto, Ana Suy e alguns colunistas da Folha, uma vez que Drauzio Varella, Lygia Maria e Vera Iaconelli.


Além dos Livros

Teve início o ano do Rio de Janeiro uma vez que Capital Mundial do Livro. A primeira cidade de língua portuguesa a receber a honraria da Unesco inaugurou suas celebrações em um evento no Teatro Carlos Gomes. Ao longo dos próximos 12 meses, a capital carioca realizará diversos eventos uma vez que a Bienal do Livro e o Prêmio Jabuti, sediado na cidade pela primeira vez, conta a jornalista Paula Lacerda.

Flipoços, o Festival Literário Internacional de Poços de Caldas, realiza a edição comemorativa de 20 anos com homenagens a Mary Del Priore e Antonio Candido. Itamar Vieira Junior, Natalia Timerman, Valter Hugo Mãe e os colunistas da Folha Marcelo Viana, Eliane Trindade e Joel Pinho da Fonseca são alguns dos convidados do evento. “Nunca tivemos uma programação tão intensa”, diz a curadora Gisele Corrêa Ferreira.

O pilha de livros deixado pelo jornalista João Batista Natali, morto em dezembro pretérito, foi reunido em um sebo que abriu as portas no último sábado (26), quando Natali faria 77 anos. Entusiasta das artes, ele reuniu ao longo de décadas uma vasta livraria com volumes em português, gaulês e inglês que abrangem literatura, história, filosofia, política, música e jornalismo. Sua coleção agora está à venda no Alaúde Espaço Colaborativo, em São Bernardo do Campo.

Folha

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