Mia Couto: O Poeta Da Liberdade De Moçambique 18/08/2024

Mia Couto: O poeta da liberdade de Moçambique – 18/08/2024 – Ilustrada

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O responsável e poeta aclamado internacionalmente Mia Couto se descreve uma vez que africano, mas suas raízes estão na Europa.

Seus pais portugueses se estabeleceram em Moçambique em 1953 em seguida fugir do regime ditatorial de Antonio Salazar. Couto nasceu dois anos depois na cidade portuária de Extremidade. “Minha puerícia foi muito feliz”, ele conta à BBC.

Ele ressalta que estava consciente do vestimenta de que estava vivendo em uma “sociedade colonial” —alguma coisa que ninguém precisava explicar a ele porque “eram visíveis as fronteiras entre brancos e negros, entre pobres e ricos”.

Quando gaiato, Couto era tímido, incapaz de falar em público ou mesmo em lar. Em vez disso, uma vez que seu pai, que também era poeta e jornalista, ele encontrou consolo na termo escrita.

“Eu inventei alguma coisa, uma relação com o papel, e logo por trás desse papel sempre havia alguém que eu amava, alguém que estava me ouvindo, dizendo: ‘Você existe’”, ele conta à BBC de sua lar na capital de Moçambique, Maputo, com uma pintura colorida e uma estátua em madeira em uma parede amarelo-mostarda.

Sendo de origem europeia, Couto se relacionava mais facilmente com a escol negra que existia em Moçambique sob o domínio colonial português —os “assimilados”— aqueles, na linguagem racista da era, considerados “civilizados” o suficiente para se tornarem cidadãos portugueses.

O repórter se considera sortudo por ter brincado com os filhos dos “assimilados” e por ter aprendido algumas de suas línguas. Ele diz que isso o ajudou a se encaixar na maioria negra. “Só me lembro que sou uma pessoa branca quando estou fora de Moçambique. Dentro de Moçambique é alguma coisa que realmente não me ocorre”, diz ele.

No entanto, quando gaiato, ele sabia que sua branquitude o diferenciava. “Ninguém estava me ensinando sobre a injustiça. A sociedade era injusta onde eu estava vivendo. E eu pensei: ‘Não posso ser eu. Não posso ser uma pessoa feliz sem lutar contra isso'”, ele diz.

Quando Couto tinha 10 anos, a luta contra o domínio português em Moçambique começou. O responsável se lembra da noite em que, uma vez que um estudante de 17 anos escrevendo verso para uma publicação anticolonial, e ansioso para se juntar à luta de libertação, ele foi convocado para comparecer perante os líderes do movimento revolucionário, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Chegando lá, ele descobriu que era o único garoto branco em uma povaléu. Os líderes pediram a todos na sala para descrever o que tinham sofrido e por que queriam se juntar à Frelimo. Couto foi o último a falar. Enquanto ouvia histórias de pobreza e privação, ele percebeu que era a única pessoa privilegiada na sala.

Portanto, ele inventou uma história sobre si mesmo —caso contrário, ele sabia que não tinha chance de ser selecionado. “Mas quando chegou a minha vez, eu não conseguia falar e estava subjugado pelas emoções”, ele diz.

O que o salvou foi que os líderes da Frelimo já tinham revelado sua verso e sentenciado que ele poderia ajudar a pretexto.

“O face que estava liderando as reuniões me perguntou: ‘Você é o face jovem que está escrevendo verso no jornal?’ E eu disse: ‘Sim, eu sou o repórter’. E ele disse: ‘Ok, você pode vir, você pode fazer segmento de nós porque precisamos de verso’”, lembra Couto.

Depois que Moçambique conquistou sua independência de Portugal em 1975, Couto continuou trabalhando uma vez que jornalista na mídia sítio até a morte do primeiro presidente de Moçambique, Samora Machel, em 1986. Ele logo desistiu porque ficou desiludido com a Frelimo.

“Houve uma espécie de ruptura; o exposição dos libertadores se tornou alguma coisa em que eu não acreditava mais”, diz ele. Depois de desistir de sua filiação à Frelimo, Couto estudou ciências biológicas. Hoje, ele ainda trabalha uma vez que ecologista especializado em áreas costeiras.

Ele também voltou a ortografar. “Comecei inicialmente com verso, depois livros, contos e romances”, diz ele. Seu primeiro romance, “Sleepwalking Land”, foi publicado em 1992.

É uma fantasia realista mágica que se inspira na guerra social pós-independência de Moçambique, levando o leitor através do conflito brutal que durou de 1977 a 1992, quando a Renamo —logo um movimento rebelde bravo pelo regime de minoria branca na África do Sul e potências ocidentais— lutou contra a Frelimo.

O livro foi um sucesso inesperado. Em 2001, foi descrito uma vez que um dos 12 melhores livros africanos do século 20 pelos jurados da Feira Internacional do Livro do Zimbábue e foi traduzido para mais de 33 idiomas.

Couto passou a lucrar reconhecimento por mais romances e contos que tratavam da guerra e do colonialismo, da dor e do sofrimento pelos quais os moçambicanos passaram e de sua resiliência durante aqueles tempos difíceis.

Outros temas em que ele se concentrou incluíam descrições místicas derivadas de bruxaria, religião e folclore. “Quero ter uma linguagem que possa trasladar as diferentes dimensões dentro da África, a relação e a conversa entre os vivos e os mortos, o visível e o invisível”, ele conta à BBC.

Couto é muito divulgado em todo o mundo de língua portuguesa —Angola, Cabo Verdejante e São Tomé na África, assim uma vez que Brasil e Portugal.

Em 2013, ele ganhou o prêmio Camões de € 100 milénio (R$ 600 milénio), o maior prêmio para um repórter em português. Em 2014, ele recebeu o Prêmio Literário Internacional Neustadt, considerado a premiação literária de maior prestígio depois do Nobel.

‘Transmigração invisível’

Quando perguntado se suas obras refletem a veras da África moderna, Couto responde que isso é impossível porque o continente é dividido e há muitas Áfricas diferentes.

“Não nos conhecemos e não publicamos nossos próprios escritores dentro do nosso continente por pretexto das fronteiras da língua colonial, uma vez que gaulês, inglês e português”, ele diz.

“Herdamos alguma coisa que era uma construção colonial, agora “naturalizada”, que é a chamada África anglófona, a chamada francófona e a chamada África lusófona”, ele acrescenta.

Couto deveria ter participado de um festival literário no Quênia no mês pretérito, mas foi forçado a cancelar a viagem depois que protestos em volume eclodiram sobre a decisão do presidente queniano William Ruto de aumentar os impostos.

Ele espera que haja outras oportunidades de fortalecer os laços com escritores de outras partes da África. “Precisamos transpor dessas barreiras. Precisamos dar mais valia aos encontros que temos, uma vez que africanos e entre os africanos”, diz Couto.

Ele lamenta que os escritores africanos estejam continuamente olhando para a Europa e os Estados Unidos uma vez que pontos de referência, e tenham vergonha de comemorar sua própria variedade e relacionamento com seus deuses e ancestrais.

“Na verdade, nem sabemos o que está sendo feito em termos artísticos e culturais fora de Moçambique. Nossos vizinhos —África do Sul, Zimbábue, Zâmbia, Tanzânia— não sabemos zero sobre eles, e eles não sabem zero sobre Moçambique”, diz Couto.

Quando perguntado sobre qual juízo ele daria a jovens escritores que estão começando, ele enfatiza a urgência de ouvir as vozes dos outros. “Ouvir não é unicamente ouvir a voz ou olhar para o iPhone ou os gadgets ou os tablets. É mais sobre ser capaz de se tornar o outro. É uma espécie de transmigração, uma transmigração invisível para se tornar a outra pessoa”, diz Couto.

“Se você é tocado por um personagem de um livro, é porque esse personagem já estava vivendo dentro de você, e você não sabia.

Oriente texto foi originalmente publicado na BBC News Brasil

Folha

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