O Que Esperar Dos Livros Em 2025 09/01/2025

O que esperar dos livros em 2025 – 09/01/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Esta é a edição da newsletter Tudo a Ler desta quarta-feira (8). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se aquém:

O ano literário de 2025 nasce com a missão de superar desafios que marcaram o mercado não só no ano anterior, mas ao longo de uma dez que se encerra em seguida uma crise econômica com derrocada de grandes empresas e a confirmação de que pessoas que não costumam ler são maioria no Brasil.

O novo ano, uma vez que escreve o repórter Maurício Meireles, vai precisar ser de procura por soluções.

Porquê destaca o editor Walter Porto, “a somatória de crises não é novidade —recente é a mobilização em uníssono do mercado editorial para proceder medidas políticas que enxergam uma vez que soluções”.

Entre elas estão a resguardo da lei do Projecto Pátrio do Livro e da Leitura e da Lei Cortez, que propõe limitar descontos no preço de livros no primeiro ano em seguida seu lançamento.

Resolver as sucessivas adversidades não é uma tarefa fácil, mas o setor livreiro está reagindo e em 2025 podemos esperar bastante trabalho desse mercado.

Entre os lançamentos deste ano, o Pintura das Letras destaca “Sem Despedidas”, da mais recente vencedora do Nobel de Literatura, Han Kang, que sairá pela Todavia; “Prophet Song”, de Paul Lynch, e “Orbital”, de Samantha Harvey, ambos vencedores do prêmio Booker que serão lançados no Brasil pela DBA; “A Narração dos Sonhos”, o retorno de Chimamanda Ngozi Adichie aos romances que será publicado pela Companhia das Letras; e “Pós-Poemas”, o último livro de Augusto de Campos, que sairá pela Perspectiva.


Acabou de Chegar

“Ligeiro uma vez que Ar” (trad. Francesca Cricelli, Todavia, R$ 69,90, 144 págs., R$ 56,90, ebook) rendeu à autora Ada d’Adamo o prêmio Strega, a principal premiação literária da Itália. A obra é a despedida de uma mãe, que enfrenta um cancro, para sua filha que nasceu com uma má formação no cérebro. É uma epístola escrita “a uma destinatária que só poderia compreendê-la com os seus particulares recursos de assimilação da veras”, aponta a sátira Iara Machado Pinho.

“Pequenas Coisas Porquê Estas” (trad. Adriana Lisboa, Relicário, R$ 59,90, 128 págs.), da irlandesa Claire Keegan, descortina um cenário real de violência em seu país. A autora retrata o encarceramento de mulheres em instituições da Igreja, em que eram separadas de seus bebês e obrigadas a trabalhar exaustivamente. A sátira de Luisa Destri destaca a narração do livro pelo olhar de um varão ingênuo e bem-intencionado, que se dá conta gradualmente do que acontece a seu volta.

“Rabi dos Batuques” (Tusquets, R$ 69,90, 224 págs., R$ 44,90, ebook) tem uma vez que cenário o Reino do Bailundo, na Angola do século 20, durante o conflito armado contra a colonização portuguesa. Entre cenas de batalhas, José Eduardo Agualusa conta o romance entre um jovem militar e uma filha de comerciantes. Segundo a sátira Tássia Promanação, a obra repensa a dicotomia clássica de cultura versus selvageria imposta pelos colonizadores europeus.


E mais

Para a psicanalista Jacqueline Rose, a pandemia de Covid-19 mudou radicalmente a nossa relação com a morte. Inspirada por Freud, ela afirma que a morte não é mais vista uma vez que um acidente ou uma doença a ser evitada, mas uma vez que secção do cotidiano. A autora de “A Peste” (trad. Flávia Costa Neves Machado, Fósforo, R$ 79,90, 160 págs.) afirma à repórter Bárbara Blum que, na pandemia, “não tínhamos o tempo necessário para morrer” e pairava no ar a sensação “de que você não morria a sua própria morte”.

Alexandre Dumas e Victor Hugo foram alguns dos responsáveis por taxar Lucrécia Bórgia, a filha ilegítima do papa Alexandre 6º, uma vez que traiçoeira e promíscua. Escopo de uma “pataratice cultural”, essa mulher que viveu de 1480 a 1519 ganhou salvamento pelo Nobel de Literatura Dario Fo. “A Filha do Papa” (trad. Anna Palma, Autêntica, R$ 64,90, 208 págs., R$ 45,90, ebook) “é resultado da pesquisa do responsável, que usa documentos da era para provar que Lucrécia foi, na verdade, vítima das conspirações de sua ambiciosa família”, conta o crítico Diogo Bercito.

Em “Rio Sangue” (Alfaguara, R$ 89,90, 320 págs.), Ronaldo Correia de Brito mergulha na rivalidade entre os irmãos João e José, em cenário comparável ao clássico “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. João é raivoso e destrata a esposa enquanto se apaixona por uma mulher livre para os padrões da era. Já José, menos invasivo, vira padre mas se relaciona com uma indígena com quem tem dez filhos. “As horas lentas, o calor da seca e os dramas privados são explorados com precisão”, afirma a sátira Stefania Chiarelli.


Além dos Livros

Em 2024, o poeta Antonio Cicero morreu aos 79 anos em seguida fazer um procedimento lítico de suicídio observado na Suíça. O jornalista carioca tomou essa decisão diante do Alzheimer que o tinha levado a diversas internações e limitações. A reportagem de Claudio Leal conta uma vez que foram os últimos meses de vida do poeta, que deixou mensagens para serem enviadas em seguida sua morte, contou sua decisão à mana, a cantora Marina Lima, e aprovou a envoltório de seu último livro.

Essa obra póstuma é “O Eterno Agora”, que foi lançada em paralelo a “Respiro”, de Armando Freitas Fruto, que também morreu no ano pretérito. Para o repórter Gustavo Zeitel, os trabalhos sintetizam o estilo e o pensamento dos dois poetas, bastante diferentes entre si, mas ambos autores de “obras norteadoras do ofício poético em nosso país”.

“Lavoura Arcaica”, romance clássico de Raduan Nassar, será adequado para o teatro em 2025 em comemoração aos 90 anos do jornalista. Dirigida por Jorge Farjalla, que compartilha da prosápia libanesa com Nassar, e produzida por Simone Kontraluz, a megaprodução terá 25 artistas em cena e buscará atores por todo o país para formar o elenco. “O testemunha vai vivenciar o texto, uma vez que se eu o convidasse para um jantar na minha herdade”, afirmou o diretor a Gustavo Zeitel.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *