Preço De Hqs No Brasil Teve Alta De 23% Nos

Preço de HQs no Brasil teve alta de 23% nos últimos anos – 21/12/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Os preços dos quadrinhos tiveram um aumento de 23% entre 2020 e 2023 no Brasil, aponta um levantamento da Nielsen BookScan, instituição que coleta dados do mercado editorial vernáculo, que reacende o debate sobre HQs porquê itens de luxo no país.

O setor de quadrinhos também teve uma queda de 14% no número de vendas em 2023 no Brasil, em seguida dois crescimentos nos anos anteriores, segundo o mesmo levantamento. Em relação à média de preços, os quadrinhos atingiram R$ 41,27.

Os valores em subida acompanham uma aposta de editoras em edições omnibus ou de luxo, centradas no conclusão gráfico e em capas duras. Só a Panini, a maior editora do mercado brasiliano, tem 122 HQs e mangás à venda nesses formatos em sua loja virtual.

Questionadas pela Folha, editoras porquê a Conrad e a Mino atribuem a subida dos preços ao valor do dólar e à subtracção progressiva do público leitor. Afirmam que a subtracção das vendas reflete um ajuste do setor em seguida dois anos de prolongamento na pandemia.

Segundo Paulo Ramos, professor de letras da Universidade Federalista de São Paulo e coordenador de um grupo de pesquisa sobre quadrinhos na instituição, HQs em formato de livro já estão consolidadas porquê itens de luxo no Brasil. “Basta confrontar o preço de muitas das publicações com o valor do salário mínimo”, diz.

Janaína de Luna, editora-chefe da Mino, diz que os quadrinhos, muito porquê os livros, estão caros e são itens comprados por poucos, mas entende que isso é revérbero da subida de preços na economia porquê um todo. “Tradicionalmente, quem compra livro é a classe média, e considerando isso o preço dos quadrinhos não é muito dissemelhante dos valores de uma sessão de teatro ou cinema”, afirma.

“Existem quadrinhos de R$ 200, mas são poucos. A maioria do catálogo da Mino está entre R$ 60 e 80, por exemplo. O quadrinho está custoso porque, porquê toda a cultura, virou alguma coisa para poucos. Não é o conclusão de luxo que torna as HQs caras no Brasil”, diz.

Segundo Ramos, com o preço dos quadrinhos subindo, seu público deve diminuir cada vez mais. “A traço do encarecimento vem sendo esticada com relativa corroboração. Enquanto um dos lados dessa equação não der sinais de mudança, esse ciclo tende a se manter”, afirma.

Ramos, entretanto, diz que outros formatos de HQs, porquê aqueles criados e compartilhados por sites e redes sociais, podem ser uma opção para quem quer poupar.

Dante Cid, presidente do Sindicato Vernáculo dos Editores de Livros, defende que democratizar o entrada aos livros e quadrinhos exige um pedestal do governo. “Pela perspectiva de classes menos favorecidas, os livros continuam inacessíveis, mas a prisão econômica para colocar um livro na prateleira é imensa e tem muitos custos. Para prometer o entrada, é necessário intervir”, diz.

Entre as medidas sugeridas pelo sindicato, estão o fortalecimento do Programa Vernáculo do Livro e Leitura, o reequipamento de bibliotecas públicas e a preservação do Programa Vernáculo do Livro Didático.

E as edições de luxo?

A série histórica da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasiliano, também da Nielsen, aponta que desde 2006 o setor editorial brasiliano teve uma subtracção de 43% em seu faturamento. Em um recorte mais recente, desde 2019, a queda é de 20%.

Assim, as editoras estariam investindo em formatos de luxo para manter o público que já existe. “A partir de muito planejamento, identificamos que o público queria quadrinhos mais ‘muito acabados’. Foi um tiro certeiro. De uns 20 anos para cá, as pessoas buscam livros com um bom papel e estrutura para colecionar e vigiar”, diz Luna, da editora Mino.

Cassius Medauar, editor-chefe da Conrad, diz que as crises que o setor atravessou no primórdio da dez de 2010 influenciaram a subida de preços e o formato. “Com a falência do Grupo Abril e da Dinap, distribuidora de grande secção das editoras de quadrinhos, houve uma subtracção de tiragens e, com isso, os preços aumentaram. É muito mais fácil para editoras, principalmente as menores, apostarem em um formato de luxo, com uma tiragem mais baixa, e conseguir um retorno financeiro”, diz.

Medauar também afirma que o setor atravessa um momento provocador. “Papel, gráfica e contratos estão mais caros, e as tiragens, menores. A maioria das editoras não pensa ‘vou lançar quadrinhos de luxo porque quero lucrar, e não vou publicar mais zero barato’. Muitas vezes, em editoras pequenas, não é provável fazer dissemelhante. Esse é o grande duelo hoje: porquê formar novos leitores quando os preços estão tão altos?”, ele questiona.

Folha

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