Esta é a edição da newsletter Tudo a Ler desta quarta-feira (16). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se aquém:
Mario Vargas Llosa, morto no último domingo (13), construiu uma obra literária imensa, mesclando ficção a elementos da veras que via em seu país natal, Peru, e no seu entorno. “Em suas páginas, estão as ditaduras, a prevaricação política e os conflitos sociais de toda a América Latina”, escreve a colunista Sylvia Colombo.
O responsável e sua obra vencedora do Nobel de Literatura sempre se entrelaçaram à política. Sua trajetória começou no movimento comunista na estação de estudante, por isso sua guinada à direita nos anos 1970 surpreendeu —ele chegou até a disputar uma eleição presidencial, em 1990, pela coalizão liberal de direita Frente Demócrata.
Com seu deslizamento em direção ao conservadorismo —inclusive ao de tendência autoritária, uma vez que no escora à peruana Keiko Fujimori—, a sátira de sua obra passou a ser contaminada por questionamentos a suas opiniões políticas. Acende-se logo o velho debate: é verosímil separar o responsável da obra? Ou nesse caso, é necessário?
“Pelas lentes de atores no lado oposto ao de Vargas Llosa no espectro político, o plumitivo foi mira de ressalvas, mas não de indiferença”, aponta a pesquisadora Fernanda Lobo. E segundo diz o plumitivo Milton Hatoum, no item que escreveu para a Folha, nenhuma posição política “ofusca o clarão do grande romancista”.
Já o professor Júlio Pimentel Rebento deixa para outros “os justos questionamentos ideológicos: me interessa o plumitivo insólito que publicou mais de 20 obras de ficção”.
Eles fazem coro ao próprio Vargas Llosa que, ao vencer o Nobel em 2010, afirmou: “A boa literatura cria pontes entre pessoas diferentes, fazendo-nos gozar, tolerar ou nos surpreendermos, nos une sobre as barreiras das línguas, crenças, costumes e preconceitos que nos separam”.
Acabou de Chegar
“Santo de Vivenda” (Record, R$ 69,90, 192 págs.), de Stefano Volp, procura mostrar, através de um cenário marcado pela violência parental e pela crise da masculinidade, que a felicidade pode viver mesmo em meio à dor. Criado com seis irmãos, o responsável traz para seu novo romance experiências que viveu em vivenda e que testemunhou nas famílias de seus vizinhos. Na obra, três irmãos se reúnem para organizar o enterro do pai, um varão venerado por sua comunidade e temido por sua família.
“Cenas da Sujeição” (trad. Fernanda Silva e Sousa e Marcelo R. S. Ribeiro, Fósforo, R$ 129,90, 528 págs.) questiona os conceitos de progresso e liberdade nos Estados Unidos. A autora Saidiya Hartman mostra que, no país que instaurou um sistema segregacionista logo em seguida suprimir a escravidão, o pretérito parece incompleto. “As violências escorrem por entre as páginas do livro, se mostrando uma vez que segmento constitutiva da vida cotidiana da população negra”, descreve a sátira Ynaê Lopes dos Santos.
“Leme” (Todavia, R$ 64,90, 136 págs., R$ 44,90, ebook) é a história de um relacionamento imperdoável pelos olhos de uma muchacho que ouve sua mãe e o padrasto do quarto ao lado, sem entender as razões por que discutem. A narradora é a própria autora Madalena Sá Fernandes, que testemunhou cenas de violência dentro de vivenda por 12 anos. A autora conta ao repórter João Gabriel de Lima que teve uma vez que inspiração textos de Virginia Woolf sobre o pai dela, um varão explosivo e egocêntrico.
E mais
O italiano Sandro Veronesi virá lançar “Setembro Preto” no Brasil em seguida o sucesso inesperado de seu “O Colibri”, o romance mais vendido da Autêntica Contemporânea em 2024. Para o editor Walter Porto, o sucesso de Veronesi entre brasileiros deve aumentar muito quando ele vier à Flip uma vez que convidado, em julho. Veronesi comenta que sente que seus livros são mais muito compreendidos em países em que as relações familiares são mais estreitas, uma vez que os latinos.
A Companhia das Letras comprou os direitos para transcrever e publicar o novo romance do americano Thomas Pynchon no Brasil. Depois de 12 anos sem lançar zero, o plumitivo lendário e recluso volta com o romance “Shadow Ticket”. O livro, segundo o Pintura das Letras, é um noir pretérito durante a Grande Depressão, em que um detetive em procura da herdeira de um poderio de queijo se vê no meio de nazistas e espiões soviéticos.
“Levei uma dez para ortografar oriente livro, lidando com a venustidade e a tristeza de uma vida”, foi logo que a compositora Patti Smith anunciou seu mais novo livro de memórias. “Bread of Angels” será lançado no Brasil no primeiro semestre de 2026 pela Companhia das Letras. O volume, uma vez que conta o jornalista Walter Porto, vai tapulhar os 78 anos de vida da cantora, desde sua puerícia na periferia da Filadélfia, a subida uma vez que estrela do punk nos anos 1970 e a decisão de se recolher dos holofotes.
Além dos Livros
O fotojornalista Carlos Fonseca tinha muro de 20 anos quando, participando de uma cobertura no continente africano, foi incapaz de trespassar da região do Golfo da Guiné por justificação da guerra. Ali, encontrou brasileiros e passou as quatro décadas seguintes em uma pesquisa para entender de onde eles vieram. A resposta, aponta a repórter Paola Ferreira Rosa, aparece no novo livro de Fonseca. “Os Retornados” conta a história de escravizados libertos e seus descendentes que deixaram o Brasil e voltaram à África, voluntariamente ou obrigados, de meados do século 19 até o 20.
Fundada em 1999, a editora britânica Persephone Books é pioneira na publicação de “ficção esquecida” de mulheres. A empresa se especializou em resgatar obras negligenciadas que fizeram sucesso à estação de sua primeira edição e depois caíram no ostracismo do mercado editorial. O ror, uma vez que destaca a repórter Angela Boldrini, diz muito sobre uma vez que as autoras mulheres foram recebidas ao longo dos séculos.
O Rio de Janeiro foi escolhido pela Unesco uma vez que a Capital Mundial do Livro em 2025. Para comemorar a escolha, a cidade prepara uma programação com livrarias abertas à meia-noite, feiras literárias em escolas de samba, museus abertos na madrugada e até evento na praia de Copacabana, além da já tradicional Bienal do Livro. O repórter Yuri Eiras conta que Rio inicia a jornada uma vez que capital do livro a partir do dia 23 de abril já com um espetáculo músico no teatro Carlos Gomes, no núcleo.