Sede Da Openai, Dona Do Chatgpt, Abriga Biblioteca Vintage

Sede da OpenAI, dona do ChatGPT, abriga biblioteca vintage – 17/05/2024 – Tec

Tecnologia

A livraria de dois andares tem tapetes orientais, luminárias pontilhando suas mesas e fileiras de livros de capote dura alinhadas com suas paredes. É o ponto arquitetônico médio dos escritórios da OpenAI, a startup do qual chatbot ChatGPT mostrou ao mundo que as máquinas podem gerar instantaneamente sua própria trova e prosa.

O prédio, antes uma fábrica de maionese, parece um escritório de tecnologia típico, com espaços de trabalho comunitários, copas muito abastecidas e salas de cochilo privadas espalhadas por três andares no Mission Disctrict de San Francisco.

Mas logo há essa livraria, com a atmosfera de uma sala de leitura da era vitoriana. Suas prateleiras oferecem desde “A Ilíada” de Homero até “O Início do Infinito” de David Deutsch, um dos favoritos de Sam Altman, CEO da OpenAI.

Construída a pedido de Altman e abastecida com títulos sugeridos por sua equipe, a livraria da OpenAI é uma metáfora apropriada para a empresa de tecnologia mais falada do mundo, do qual sucesso foi impulsionado pela linguagem —muita e muita linguagem.

O chatbot da OpenAI não foi construído uma vez que um aplicativo qualquer: o ChatGPT aprendeu suas habilidades analisando enormes quantidades de texto que foram escritos, editados e selecionados por humanos, incluindo artigos de enciclopédia, notícias, trova e, sim, livros.

A livraria também representa a incongruência no cerne da tecnologia da OpenAI. Autores e empresas de mídia, uma vez que o New York Times, estão processando a empresa, alegando que ela usou ilegalmente teor protegido por direitos autorais para erigir seus sistemas de IA. Muitos escritores se preocupam que a tecnologia acabe por tirar seu sustento.

Muitos funcionários da OpenAI, por outro lado, acreditam que a empresa está usando a originalidade humana para nutrir mais originalidade humana.

Eles acreditam que seu uso de obras protegidas por direitos autorais é considerado “fair use” pela lei dos Estados Unidos, porque estão transformando essas obras em um tanto novo.

“Expor que esse é um debate público agora é um eufemismo”, disse Shannon Gaffney, cofundadora e sócia-gerente da SkB Architects, empresa de arquitetura que renovou a sede da OpenAI e projetou sua livraria.

“Embora as coisas possam parecer estar indo em direções diferentes, a livraria serve uma vez que um lembrete metódico da originalidade humana.”

Quando a OpenAI contratou a empresa de Gaffney para renovar o prédio em 2019, Altman disse que queria uma livraria com uma aura acadêmica.

Ele queria que lembrasse a Green Library, a livraria da Universidade de Stanford, onde ele foi estudante por dois anos antes de desistir para erigir uma rede social; a Rose Reading Room, uma sala de estudos no último caminhar da Livraria Pública de Novidade York; e o bar com atmosfera de livraria dentro do agora extinto Nomad Hotel, 15 quarteirões ao sul da Rose.

“A sala de jantar e de estar na minha vivenda estão dentro de uma livraria —livros do soalho ao teto por todo o caminho”, disse Altman em uma entrevista. “Há um tanto sobre estar no meio do conhecimento nas prateleiras em vasta graduação que eu acho interessante.”

Muitos títulos, uma vez que “English Masterpieces, 700-1900” [Obras-primas em Inglês, 700-1900] e “Ideas and Images in World Art” [Ideias e Imagens na Arte Mundial], parecem os volumosos livros de capote dura que decoradores profissionais colocam estrategicamente em saguões de hotéis porque parecem adequados. Ainda assim, a livraria é um revérbero da organização que a construiu.

Em uma tarde recente, dois livros de bolso estavam lado a lado na profundeza dos olhos: “Birds of Lake Merritt” [Pássaros do Lago Merritt] (um guia sobre os pássaros encontrados em um refúgio de vida selvagem em Oakland, Califórnia) e “Fake Birds of Lake Merritt” [Pássaros Falsos do Lago Merritt] (uma paródia escrita pelo GPT-3, versão anterior da tecnologia por trás do ChatGPT).

Alguns funcionários veem a livraria uma vez que um lugar mais tranquilo para trabalhar. Long Ouyang, pesquisador de IA, mantém uma mesa traste contra a parede. Outros a veem uma vez que uma sala de folga incomumente elegante.

Nos finais de semana, Ryan Greene, outro pesquisador, toca sua música do dedo pelos alto-falantes escondidos entre os livros de capote dura.

É, disseram outros funcionários, um lugar muito mais inspirador para trabalhar do que um cubículo. “É por isso que tantas pessoas escolhem trabalhar na livraria”, disse Staudacher.

Recentemente, Greene começou a nutrir listas de seus livros favoritos no ChatGPT e pedir novas recomendações.

Em um momento, o chatbot recomendou o “Livro do Desassossego”, uma autobiografia publicada postumamente do português Fernando Pessoa. Um colega, que conhecia muito seus gostos, havia recomendado que ele lesse o mesmo livro.

“Dados os padrões e tendências das coisas que aconteceram no pretérito, a tecnologia pode sugerir coisas para o horizonte”, disse Greene.

Gaffney argumentou que essa mistura do humano e da máquina continuará. Portanto ela pausou, antes de aditar: “Pelo menos, é isso que eu espero e sinto.”

Folha

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