'seinfeld': Ator De Kramer Conta Bastidores Em Memórias 20/06/2024

‘Seinfeld’: Ator de Kramer conta bastidores em memórias – 20/06/2024 – Ilustrada

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Desde os seus primeiros passos porquê comediante, fazendo o rodeio de clubes de stand-up em Los Angeles, Michael Richards incorporou a teoria de que a culpa por um espetáculo ruim nunca é do público. Mas nem sempre ele seguiu o ensinamento à risca.

Certa vez, sem conseguir provocar gargalhadas com seu humor físico e invasivo, ele anunciou que ia se sacrificar pela comédia. E colocou queimação na própria gravata. As chamas já estavam se espalhando pelo casaco quando Jay Leno apareceu no palco para salvá-lo.

Em outra ocasião, Richards mexeu na bolsa de uma espectadora, que começou a gritar, dizendo que os seus remédios sumiram. A morada noturna foi processada e teve que indenizar a mulher. A partir de logo, o clube decretou que os comediantes estavam proibidos de tocar nos espectadores.

Mas nenhuma experiência foi tão ruim quanto a ocorrida em 17 de novembro de 2006. Já um comediante consagrado e um ator adorado —pelo personagem Kramer, da sitcom “Seinfeld”—, Richards perdeu o controle durante um espetáculo. Um grupo de pessoas chegou fazendo estrondo, ele reclamou e ouviu: “Você não é engraçado”. A sátira provocou um ataque de fúria no qual Richards atacou os espectadores com ofensas racistas.

Esse incidente, registrado por um telefone celular, é medial na vida e na curso de Richards, que nunca mais fez nenhum trabalho significativo porquê ator ou comediante. “Eu não tenho resguardo. Eu estraguei tudo”, escreve.

No seu recém-lançado livro “Entrances and Exits” (entradas e saídas), um calhamaço de 440 páginas ainda sem previsão de transpor no Brasil, o comediante trata do tópico somente num dos últimos capítulos. Leal ao mantra do início da curso, não culpa o público por seu ataque de fúria. E deixa o leitor interpretar por conta própria o que aconteceu.

Richards resiste à tentação de usar o livro de memórias porquê um acerto de contas. Mas não deixa de pontuar, cá e ali, episódios que são essenciais na formação da sua personalidade.

O mais duro é a invenção muito tardia de que sua mãe sempre mentiu sobre a origem de seu pai. Ele nunca sofreu um acidente, porquê ela dizia. Richards foi fruto de um estupro sofrido pela mãe.

Na escola, gostava de ler Ionesco, Pinter, Beckett e Cummings. Ao falar do período em que serviu o Tropa, em Frankfurt, durante a Guerra do Vietnã, Richards enfatiza, em privativo, a relação de amizade e cumplicidade com um colega preto.

A todo momento relata experiências místicas e sensoriais variadas que teve, da cabala ao contato com objetos voadores não-identificados. Também não poupa o leitor da longa descrição de seus sonhos.

Mas, dificilmente, alguém vai se aventurar pelas páginas de “Entrances and Exits” em procura de grandes reflexões. O leitor provavelmente está mais interessado em saber dos bastidores de “Seinfeld”, e Richards entrega muito.

Ao longo de nove temporadas, num totalidade de 180 episódios (178, na verdade, porque não apareceu em dois), Michael Richards construiu o personagem mais difícil de “Seinfeld”. Diferentemente do personagem-título, de George (Jason Alexander) e Elaine (Julia Louis-Dreyfus), que são disfuncionais, mas vivem situações inspiradas na veras, Kramer é um tipo que extremo a loucura.

Porquê Richards escreve, Kramer é o triunfo da imaginação. Ele constrói realidades paralelas. Talvez seja esquizofrênico. É um personagem que vive das situações que imagina, sem qualquer pé na veras. “Ele é o que quiser ser.”

Na gravação do piloto, Kramer se chamava Kessler e tinha um cachorro. Larry David, cocriador do programa, mandou trinchar o cão, porque iria dar muito trabalho. Richards escreve: “Se não posso ter um cachorro, serei um cachorro! Vou interpretar o rostro porquê um cachorro entrando no apartamento de Jerry porquê fazem os cães brincalhões e amigáveis, um espírito cínico saltando pela porta, farejando, curioso, se perguntando o que está acontecendo cá.”

Uma medida do sucesso de Kramer é o Emmy, principal prêmio da indústria de televisão americana. Ao longo das nove temporadas, Richards ganhou porquê melhor ator coadjuvante em três anos; Louis-Dreyfus, a Elaine, venceu somente uma vez porquê atriz coadjuvante, e Alexander, o George, nunca ganhou.

Com um sorriso de malandro, sempre usando roupas fora de voga, cabelo espetado, com ideias de negócios inviáveis e uma personalidade altamente excêntrica, Kramer se tornou um tipo adorado pelos fãs da série. David colocou na boca de Elaine a melhor síntese verosímil do personagem: “um hipster idiota” (“a hipster doofus”).

Certa vez, convocado para participar de um evento promocional do conduto NBC, Richards apareceu de roupão. Fez isso porque ficou furioso com o hotel onde estava hospedado, que não buscou o seu smoking na lavanderia a tempo. Todo mundo, porém, achou que era uma piada combinada com a direção.

Ao término de “Seinfeld”, Richards foi convidado para ser o protagonista da série “Monk”, mas recusou, e o papel acabou com Tony Shalhoub —que brilhou no papel do detetive com TOC por oito temporadas.

Em 2000, a NBC bancou um programa de humor chamado “The Michael Richards Show”, no qual ele interpretava um detetive pessoal inepto, mas o fracasso foi pesado. O conduto cancelou a série posteriormente oito episódios.

Richards ganhou muito quantia com “Seinfeld” —na última temporada, de 24 episódios, os três atores principais pediram 1 milhão de dólares por incidente. Casado duas vezes, pai de dois filhos, ele fala de si mesmo porquê um jubilado.

O livro ganha um tom melancólico na reta final. Richards relata em detalhes a invenção de um cancro de próstata e a cirurgia bem-sucedida que se seguiu. Nos últimos anos, se dedicou basicamente à retrato. Para sempre, será Kramer.

Folha

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