Dorian Yates, Do Mr Olympia, Vê Declínio No Fisiculturismo

Dorian Yates, do Mr Olympia, vê declínio no fisiculturismo – 28/03/2024 – Esporte

Esporte

Para o ex-fisiculturista Dorian Yates, 61, sagrar-se vencedor de um torneio de fisiculturismo e viver profissionalmente da prática é hoje muito mais fácil do que era 30 anos detrás.

O inglês entrou para a história do fisiculturismo ao vencer por seis vezes consecutivas —entre 1992 e 1997— o Mr. Olympia, a principal competição da modalidade, e também por ter inaugurado a era que ficou conhecida porquê “mass monster”, de atletas com biótipos gigantescos, muito supra do porte físico padrão que predominava até logo.

Atualmente existem diversas categorias em que é provável se pormenorizar para conseguir destaque na modalidade, enquanto nos anos 1990 havia somente uma categoria, argumenta Yates. Há também muito mais teor disponível na internet, com treinadores e nutricionistas disseminando pelas redes sociais boas práticas a qualquer interessado em aprender mais sobre o tema.

Segundo o britânico, os competidores “não dizem mais ‘eu vou competir, eu vou lucrar o Mr. Olympia’”. “Eles dizem ‘nós vamos competir’. Que besteira é essa, faceta? É um esporte individual. Para mim, essa é a venustidade da modalidade”, afirmou Yates em entrevista por vídeo à Folha.

“Hoje há mais negócios relacionados, mais pessoas ganhando numerário. Antes, o Mr. Olympia era o vértice inteiro do esporte. Hoje não acho que seja.”

Jubilado do fisiculturismo profissional devido a uma série de lesões ligadas aos treinos de subida intensidade, Yates também labareda a atenção para os efeitos colaterais que o uso de esteroides pode trazer aos praticantes, em peculiar às mulheres.

“É muito poderoso ter hormônios masculinos no cérebro de uma mulher, porque faz você se sentir dissemelhante, mais poderosa, mais assertiva, mais poderoso. Mas, quando você para, é o oposto”, alerta o inglês, que é casado desde 2009 com a fisiculturista brasileira Gal Ferreira Yates.

Qual sua avaliação sobre o fisiculturismo praticado atualmente? Comparado com a quadra em que eu atuava, a indústria é hoje muito maior, mais ampla. Quando competia, só existia uma categoria no fisiculturismo. Agora são muitas categorias, há mais pessoas competindo, mais pessoas indo para a ateneu. Mas é dissemelhante porque não é puramente fisiculturismo. Se fosse, no pretérito era superior.

Por quê? Porque há muitas opções agora. Se você quisesse lucrar a vida e ser um profissional, era preciso participar de competições, lucrar prêmios, chegar nas revistas e conseguir patrocínios. Agora, há muitas pessoas que nunca competiram, ganhando numerário com aparições nas redes, promovendo-se. É um cenário dissemelhante.

É mais fácil ser fisiculturista hoje? Há mais informações sobre treinos, sobre esteroides. Você pode ir à internet e encontrar tudo. Antes, eu tinha que ir à livraria ou à livraria para comprar um livro sobre nutrição, sobre treinos, e aprender por conta própria. Acho que era mais difícil. Mas, quando as coisas são mais difíceis, a recompensa é maior.

Não é um desenvolvimento positivo que vem ocorrendo na modalidade? Algumas coisas são boas, outras são ruins. Mais pessoas estão indo para a ateneu, principalmente mulheres. Isso é bom. Mas o vértice do fisiculturismo está diluído. Agora é muito fácil ser um profissional, conseguir uma licença. Na minha quadra, era muito difícil ser um profissional. Era mais valioso. Hoje há mais negócios relacionados, mais pessoas ganhando numerário. Antes, o Mr. Olympia era o vértice inteiro do esporte. Hoje não acho que seja.

O que o atraiu ao fisiculturismo nos anos 1980? Sempre tive interesse em condicionamento físico e em me desafiar fisicamente. E, quando praticava, era totalmente individual, não havia treinadores, nutricionistas. Eu era meu próprio treinador, meu próprio nutricionista, meu próprio psicólogo. Logo, o que me atraiu no fisiculturismo é que foi uma procura totalmente individual. Agora não, as pessoas têm treinadores, nutricionistas. E não dizem mais ‘eu vou competir, eu vou lucrar o Mr. Olympia’. Elas dizem ‘nós vamos competir’. Que besteira é essa, faceta? É um esporte individual. E, para mim, essa é a venustidade. Se eu lucrar ou perder, serei eu, 100%.

Uma vez que eram sua dieta e rotina de treinos? Meu treino era de subida intensidade, mas nunca ficava na ateneu por mais de uma hora. E geralmente não treinava mais do que quatro vezes por semana. Eu treinava muito menos do que a maioria das pessoas, mas treinava de forma muito precisa e intensa. O resto do trabalho é fora da ateneu, com uma dieta rica em proteína. E, à medida que ficava maior, ingeria até 7.000 calorias por dia, com seis refeições por dia, sete dias por semana.

O uso de esteroides é necessário para se sobresair no esporte? Nunca houve um vencedor do Mr. Olympia que não tenha usado esteroides. Você não pode ser um fisiculturista profissional sem usar esteroides. É impossível.

Uma vez que vpc}e avalia o preconceito que existe em relação à prática devido ao uso de anabolizantes? É macio para mim perceber o julgamento das pessoas, ouvir elas dizendo ‘esses caras usam esteroides’. Sim, e daí? Não há um vencedor de fisiculturismo desde 1960 que não tenha usado esteroides. Já são 64 anos desde logo, é uma história antiga. Mas o cenário atual é dissemelhante daquele de quando comecei. Os esteroides eram conhecidos somente nas academias, era um mundo muito pequeno. Agora todo o mundo sabe sobre esteroides, está na mídia, e eles são usados por muita gente, na indústria cinematográfica, músico, pessoas que somente querem parecer melhores na praia. Muitas pessoas estão usando esteroides somente para fins recreativos, mas elas devem ser cuidadosas, porque há riscos e efeitos colaterais. Vamos ver muitas pessoas com problemas de saúde mental, principalmente as mulheres.

Por que pode afetar mais as mulheres? Porque os esteroides são derivados de hormônios masculinos. E é muito poderoso ter hormônios masculinos no cérebro de uma mulher, porque faz você se sentir dissemelhante, mais poderosa, mais assertiva, mais poderoso. Mas, quando você para, é o oposto, você se sente terrível. Logo, elas voltam a usar, e isso vai continuar para sempre. É preciso pensar cuidadosamente. Não estou dizendo às pessoas o que fazer, mas elas devem estar cientes da possibilidade de efeitos negativos.

Qual sua avaliação sobre o fisiculturismo praticado no Brasil? Fiquei surpreso com quantas academias existem no país e com quão grandes elas são. O Brasil tem uma cultura de praia, é importante para as pessoas se sentirem muito e terem um corpo bonito, faz secção da cultura brasileira. Não estou surpreso que o Brasil seja hoje talvez o segundo país com mais competidores de destaque, detrás somente dos Estados Unidos. O país está se saindo muito muito.

Folha

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